POEMA

CANÇÃO DE GUERRA


Aos fracos e aos covardes
não lhes darei lugar
dentro dos meus poemas.
Covarde já eu sou.
Fraco, já o sou demais,
e se entre fracos for
me perderei também.

Quero é gente animosa
que olhe de frente a Vida,
que faça medo à Morte.
Com esses quero ir,
a ver se me convenço
de que também sou forte.
Quero vencer os medos...
Vencer-me - que sou poço
de estúpidos terrores,
de feminis fraquezas.
Rir-me das sombras, rir-me
das velhas ondas bravas,
rir-me do meu temor
do que há-de acontecer.

Venham comigo os fortes...
Façam-me ter vergonha
das minhas covardias.
E de seus actos façam
(seus actos destemidos)
chicotes pròs meus nervos.
Ganhe o meu sangue a cor
das tardes das batalhas.
E eu vá - rasgue as cortinas
que velam o Porvir.
Vá - jovem, confiado,
cumprindo o meu destino
de não ficar parado.

Sebastião da Gama

5 comentários:

Anónimo disse...

O grande poeta da Serra Mãe, estou a vê-la daquí a Arrábida!
abraço
José Manangão

Justine disse...

O meu velho Sebastião da Gama, o primeiro poeta que me apaixonou!
FS, hoje emocionaste-me...

GR disse...

Lindo!
FS deste-me uma ideia.
Ao longo dos meses fui imprimindo os belíssimos poemas. No almoço do 25 de Abril, cada participante receberá um poema (aleatoriamente), com um cravo de Abril.
Terei o cuidado de arranjar uma meia dúzia de poemas infantis (para as crianças).
Obrigada,

GR

GR disse...

Desculpem só agora escrever. O meu computador tem tido graves problemas e a TVcabo,não quer saber!

GR

Fernando Samuel disse...

josé manangão: daí vês o Poeta...

justine: e começaste bem...

gr: aí está uma ideia...poética para Abril.