JT

Bom fim de semana!

O título, JT, indica que estamos de partida para mais uma Jornada de Trabalho na Festa!

Carece de fontes?!

Com o post Indo eu este blog iniciou a divulgação de vídeos, fotos, poesia e factos relacionados com a Festa do Avante!.
Tudo começou com uma foto da construção; depois o vídeo sobre a construção; a seguir foi a Carvalhesa a tomar lugar; não podiamos deixar de fazer referência à história da Festa desde a 1ª à 31ª; por último, a poesia de José Manangão entrou em acção.

Hoje, fazemos um apelo!

Na Wikipédia, a enciclopédia livre, fazendo uma pesquisa por Festa do Avante! encontrei o seguinte texto:
"A Festa do Avante, é a festa do PCP, obra dos comunistas, que têm a duração de 3 dias, é a maior [carece de fontes] organização política e cultural realizada em Portugal. É aberta a todos, e a todos acolhe e respeita. É realizada na Atalaia, Seixal, com o Tejo em frente e Lisboa do outro Lado. É construída todos os anos desde 1976 que foi a sua 1ª edição, com trabalho voluntário de cerca de 12 mil voluntários, e onde são contabilizadas cerca de 20 mil horas de trabalho a erguer, decorar e equipar cerca de 22 mil metros quadrados de área."

Amigos: a Wikipédia define [carece de fontes] como "Esta afirmativa precisa de uma referência para confirmá-la", vamos a isso!

O dia da consulta popular

Ainda sobre os acontecimentos de Timor-Leste – Retrato da situação que se vive no mundo.

Há oito anos atrás, a 30 de Agosto de 1999, realizava-se o referendo para a independência do território em Timor-Leste. A esmagadora maioria da população votou pela independência do território.

Nessa altura a opinião do povo foi soberana. Mas a repressão fez-se logo sentir, as milícias protegidas pelo exército indonésio, embarcaram numa onda de violência mesmo antes da proclamação dos resultados. Perseguiram-se todos os suspeitos de terem votado pela independência.

Passado oito anos, ao contrário da violência exercida, os EUA e a Austrália silenciosamente violaram a decisão dos timorenses, através do golpe de estado às eleições de 30 de Junho de 2007.

Esta forma de democraCIA é retrato da escalada imperialista. Tal como a 30 de Agosto de 1999, fica uma certeza, A LUTA CONTINUA pela soberania de Timor-Leste.


A juventude

A juventude e o seu espaço na Festa do Avante!





PERGUNTA/RESPOSTA

ELES LÁ SABEM...


Quem fazia falta a quem?

O Costa fazia falta ao Zé.


PERGUNTA/RESPOSTA

ELE LÁ SABE...


«O Zé faz falta»?

O Costa diz que sim.



SEM O ZÉ...

Ai, sem o Zé o que seria de nós, lisboetas - e não só!

Sem o Zé, apodreceriam de velhice as joviais amêijoas e as brilhantes corvinas do fermoso Tejo nosso;

Sem o Zé, viraria zurrapa o abundante vinho da Tapada da Ajuda.

Sem o Zé, enfim, era o descalabro financeiro da Câmara da capital.

«O Zé faz falta»... para nos fazer rir.

E não só...


Poesia

A FESTA DO AVANTE


Estou na “Atalaia” na esplanada

Na minha frente a Festa do Avante

Passa o povo de bandeira rubra içada

De olhar sereno e sorriso triunfante

É a força do trabalho e o seu querer

Fazendo a festa do amor e da amizade

O povo assiste com alegria e prazer

Vive a festa da luta e da fraternidade

A minha Pátria está na minha frente

Aqui eu sinto, a força do seu pulsar

O sorriso de cada um… é confiante

Em uníssono ouvimos o povo cantar

De braço dado avante camarada “avante”

Ninguém nos rouba o direito de sonhar.


Poesia de: José Manangão - Poeta Popular

A Carvalhesa

Cumprindo o que foi prometido, deixo hoje o filme sobre a "música" da Festa: a «Carvalhesa».

PERGUNTA/RESPOSTA

DITO


Por que é que o Sócrates disse que vai «fazer de Portugal um país mais justo»?

Porque a boca lhe voltou ao estado normal.

PERGUNTA/RESPOSTA

DITO E FEITO


Por que é que o Sócrates disse que vai «fazer de Portugal um país mais pobre»?

Porque lhe fugiu a boca para a verdade.

PERGUNTA/RESPOSTA

ESTÁ QUASE


Quantos postos de trabalho faltam criar para o Sócrates atingir os 150.000 prometidos?

Faltam 200.700.

Indo eu

Indo eu,

Indo eu,

A caminho...













... de mais uma jornada de trabalho da Festa do Avante!

Até ao início da Festa, isto é, até ao comício de abertura, iremos colocar outros vídeos, fotos e motivos relacionados com a grandiosa e mais fraterna festa realizada em Portugal, a Festa do Avante!

Deixo abaixo o vídeo da promoção da construção e participação na Festa Avante! de 2007.

PERGUNTA/RESPOSTA

PATERNIDADE


O Mário Soares é o pai da democracia?

O Mário Soares é o pai da democraCIA.

PERGUNTA/RESPOSTA

O PARTIDO


Os partidos são todos iguais?

O Partido é diferente dos que são todos iguais.

O Campeão da Precariedade

Vasco Cardoso, membro do Comité Central do PCP, atribuiu hoje o título de "campeão" do desemprego e da precariedade ao Governo PS/Sócrates.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o desemprego revelam "a maior liquidação de sempre de postos de trabalho efectivos e a promoção do emprego precário como regra", alertou Vasco Cardoso, em conferência de imprensa na sede do PCP, em Lisboa.

"Se adicionarmos ao número de trabalhadores por conta de outrem com contrato precário (863.700), aos falsos recibos verdes, (379.135), concluímos que 1.242.835 trabalhadores têm hoje um vínculo precário, isto é, 1 em cada 4", frisou.

"Em vez da prometida criação de 150 mil postos de trabalho assumida pelo PS durante as últimas eleições legislativas, o que se verifica é que o número de desempregados cresceu desde a tomada de posse do Governo, de 399.300 para os actuais 440 mil", criticou.

Os dados "confirmam o carácter estrutural do problema do desemprego em Portugal", afirmou o nosso camarada, acrescentando recear que, a manter-se a "tendência de crescimento do desemprego", no final do ano Portugal "estará a caminhar para o mais elevado nível de desemprego jamais registado em Portugal".

Fonte: Lusa

PERGUNTA/RESPOSTA

A FESTA

Por que é que não há Festa como esta?

Porque não há Partido como este.

O MAIS RICO

A RECEITA

Como acontece todos os anos, foi divulgada a lista dos 100 homens mais ricos de Portugal.
Os resultados não surpreendem: mais coisa menos coisa, estão lá os que se esperava que estivessem.
E não estão lá os que não se esperava que estivessem. Que são muitos: dois milhões que vivem em situação de extrema pobreza (200 mil dos quais passando fome); mais muitos milhões que vivem com a corda da exploração na garganta, etc. etc. - enfim, todos os que, exibindo a sua condição, respondem à pergunta sobre quantos pobres são necessários para fazer um rico.

Também não é surpresa a consolidação de Belmiro de Azevedo no 1º lugar - nem surpreende o facto de essa consolidação se traduzir na duplicação da sua fortuna, que, agora, passa a ser de 3 mil milhões de euros.
Como é sabido, isto anda tudo ligado: se o governo de José Sócrates está a fazer a mais à direita de todas as políticas de direita depois do 25 de Abril - que é a que melhor defende os interesses do grande capital - quem há-de lucrar com isso senão o grande capital?

Mas atenção: uma vozinha fina e perfurante segreda-nos que devemos estar orgulhosos com o facto de um português ser possuidor de tamanha fortuna - e que, se tivermos em conta que este nosso 1º está muito bem classificado no ranking mundial, então mais razões haverá para que a nossa auto-estima se eleve aos píncaros da lua - e suba mais, ainda, do que já subiu, com relevantes benefícios para o País, aquando do europeu e do mundial de futebol.

O mais rico de Portugal já disse várias vezes, e os média encarregaram-se de espalhar a notícia, que a sua fortuna se deve, tão-somente, ao facto de ser um homem de trabalho: entra ao serviço antes das oito da matina, trabalha aos sábados e, muitas vezes, aos domingos; não tem férias; não gasta dinheiro mal gasto, etc.
Simples, como se vê.
Aqui fica, então, a receita.

A Festa!

Esta foto é só uma gota no imenso mar de fraternidade, solidariedade e camaradagem que é a Festa do Avante! A contribuição solidária e consciente é o grande pilar que sustenta o ideal comunista, desconhecido no seio da sociedade egoísta, competitiva e individualista onde nos movimentamos, continua a acreditar que é possível "transformar o sonho em vida".

No próximo fim-de-semana marcarei presença em mais uma jornada de trabalho na Quinta da Atalaia para, com a minha contribuição voluntária, erguer a 7, 8 e 9 de Setembro, o local, como muitos o descrevem, com maior índice de fraternidade por metro quadrado em Portugal.

Legenda: foto retirada do site www.dorl.pcp.pt


Led On

Aproveito para assinalar o quinquagésimo nono aniversário de Robert Plant, vocalista da banda Led Zeppelin, com um vídeo da banda Led On – Tributo de Led Zeppelin, gravado ao vivo na Festa do Avante! de 02/09/2006, interpretando a música Stairway to Heaven.



Estava a ver que não!

Na minha opinião qualquer um que venha faz melhor que este. É caso para dizer, estava a ver que não!


Palavras de Fernando Santos, a 20 de Maio de 2006, aquando da sua apresentação como treinador do Sport Lisboa e Benfica:
"Ganhar sempre foi esta a palavra de ordem neste clube ao longo da sua história, pelo que queremos ganhar todas as provas em que entrarmos. É isso que vamos procurar fazer, com muito trabalho e dedicação. Todos conhecem a história do Benfica. A partir de segunda-feira vamos estar duzentos por cento empenhados. O Benfica deu passos muito fortes nos últimos anos. É um clube mundialmente conhecido, pelo que temos de reforçar e continuar esse trabalho. O futebol é feito de vitórias e é para isso que vamos trabalhar".


Caricato (IV)

Com o vídeo que segue abaixo, concluo os posts sobre os acontecimentos caricatos das minhas férias.

Fiquem com esta pérola, um excerto de uma missa do século XXI a lembrar os tempos áureos da inquisição impiedosa. Deliciem-se.


A RESISTÊNCIA (3)

FRANCISCO MIGUEL - breve biografia


Prestamos hoje homenagem a outra personalidade marcante da resistência ao fascismo, da luta pela liberdade, pela democracia, por uma sociedade liberta de todas as formas de exploração e opressão: FRANCISCO MIGUEL DUARTE - assinalando, também, a passagem, este ano, do centenário do seu nascimento.

Nasceu em 2 de Dezembro de 1907, em Baleizão.
Durante a infância - conta-nos (1) - «cuidei de cavalos, de burros, de ovelhas e cabras; mondei trigo, fiz todos os trabalhos do campo que um rapaz entre os 7 e os 13 anos pode fazer».
Aos 14 anos omeça a aprender o ofício de sapateiro que viria a ser a sua profissão até entrar para a clandestinidade.

Desde muito jovem, desenvolve intensa actividade sindical, associativa e política - o que o leva a ter que se exilar em Espanha durante cerca de oito meses.
Entretanto, soubera da existência do PCP e, no breve exílio em Rosal de la Frontera, trava conhecimento com vários exilados políticos portugueses.
Então, o seu objectivo maior era regressar a Portugal e «encontrar o Partido».

Chega a Lisboa em 6 de Abril de 1932, numa altura de fortes lutas contra a ditadura fascista. Participa em inicativas juvenis. Entra para o PCP nesse mesmo ano.

De Abril de 1935 a Dezembro de 1936, frequenta a Escola Leninista, em Moscovo, após o que regressa a Portugal. Em Fevereiro de 1937 mergulha na clandestinidade, como responsável do Comité Local de Lisboa.

Em 10 de Janeiro de 1938 é preso. É brutalmente espancado por 6 agentes da polícia fascista que se revezavam nas agressões, recorrendo não apenas aos pontapés e socos mas também ao cavalo-marinho e a uma grossa tábua com uma pega especial e a que eles chamavam «arriba Espanha».
Após sete meses de incomunicabilidade, e não tendo conseguido o objectivo de o fazer falar, a PVDE transfere-o para o Forte de Caxias.

À primeira prisão, segue-se a primeira evasão: em 16 de Março de 1939, Francisco Miguel (com Augusto Valdez) foge de Caxias.

1 de Dezembro de 1939: segunda prisão. Francisco Miguel toma a decisão de «não abrir a boca» - neste caso no mais absoluto sentido da expressão: na prisão anterior, recusara-se a prestar declarações e explicara as razões porque o fazia; agora, a decisão era a de «não pronunciar uma única palavra, fosse qual fosse a pergunta que lhe fizessem». Decisão cumprida.

É, mais uma vez, brutalmente agredido e torturado. No Aljube, é mantido mais de três meses incomunicável na mais escura cela daquele sombria cadeia.

Em 18 de Maio de 1940 é condenado a 24 meses de prisão correccional. Mas um mês depois do julgamento é enviado para o inferno do Campo de Concentração do Tarrafal, de onde só regressará em em Fevereiro de 1946: a pena de prisão de 24 meses fora transformada, por decisão do regime fascista, numa condenação de mais de seis anos.

Em Junho de 1947, é preso pela terceira vez. Para além das agressões brutais, desta vez Francisco Miguel foi submetido à tortura da «estátua» - assim chamada porque o preso era obrigado não apenas a não dormir, mas a estar de pé. Cumpriu 31 dias e noites de «estátua» em três períodos.
A polícia fascista não lhe arrancou uma só palavra.

Agosto de 1948: é condenado a 6 anos de prisão maior e 1 ano de medidas de segurança.

É enviado para o Forte de Peniche, donde foge, em 3 de Novembro de 1950, com Jaime Serra - mas Francisco Miguel é recapturado nesse mesmo dia.
Regressado ao Forte, é agredido por vários agentes da PIDE que, depois, o algemam e o enviam para o «segredo», onde ficará 17 dias - sempre algemado, excepto para comer.

Em Janeiro de 1951, é de novo enviado para o Tarrafal - antes de lá chegar já está condenado, pela PIDE, a 30 dias de «frigideira».

Três anos depois, em 3 de Janeiro de 1954, é transferido para Caxias - Francisco Miguel foi o último preso a sair do Campo da Morte Lenta.

Entretanto, expirara a pena a que fora condenado. Mas o fascismo mantinha-o na prisão: agora, na Prisão da PIDE, no Porto, onde passará 2 anos - e onde, durante mais de oito meses é mantido incomunicável numa cela, e impedido de ler e escrever.
O seu estado de saúde agrava-se: pesa 40 quilos, a sua vida corre perigo.
A sua situação, insistentemente denunciada pelo Avante!, começa a ganhar repercussão nacional e internacional. A sua libertação é exigida em todo o País.

A PIDE, numa manobra de diversão, transfere-o para o Aljube. E monta um «julgamento» em que Francisco Miguel é acusado de, «em Dezembro de 1953, ter organizado células do PCP na cadeia de Caxias e ter conspirado contra a segurança do estado»!!!
A acusação é exemplar dos métodos a que o regime fascista recorria: para além do absurdo da acusação, recorde-se que em Dezembro de 1953 Francisco Miguel se encontrava no Tarrafal...

3 de Janeiro de 1960: foge de Peniche, integrando aquela que foi a mais importante fuga das prisões fascistas.

Em Julho desse ano é preso pela quarta vez quando, em cumprimento de uma missão no exterior, tentava atravessar clandestinamente a fronteira.

Mas em 4 de dezembro de 1961, foge de Caxias, na célebre fuga no carro blindado de Salazar.

Cumprira 21 anos e 3 meses de prisão.

Não voltaria a ser preso. De 1962 a 1968 esteve fora do País em tarefas do Partido - após o que reentrou em Portugal e viveu na clandestinidade até ao 25 de Abril de 1974.

Em Abril de 1975 foi eleito deputado à Assembleia Constituinte e um ano depois deputado à Assembleia da República - tarefa que cumpriu até pouco antes da sua morte ocorrida em 23 de Maio de 1988.

Sem comentários.

(1): as citações assinaladas provêm do livro «Francisco Miguel - Das Prisões à Liberdade», Edições Avante)


Caricato (II)

Ainda sobre os "disparos" nas férias...

Abaixo encontram as velas do séc. XXI, acendem-se consoante as bolsas. Eu também tenho muitas "velas" cá por casa, mas são das económicas, sendo que, cá por casa dependo da factura...

Legenda: Foto tirada Santuário de Nossa Senhora da Lapa, no concelho de Sernancelhe.

Obs. Legenda desnecessária, esta foto podia ter sido tirada em qualquer igreja de norte a sul do país.

Caricato (I)

Após um curto período a cumprir umas merecidas férias, vejo que a participação no CRAVO DE ABRIL cresceu. É positivo e gratificante.

Para além do descanso natural gozado nestes 15 dias, recolhi nada mais nada menos que 1748 registos fotográficos. Tudo graças aos disparos contínuos da máquina, muitos deles de nada servem senão para recordar o momento, outros sem interesse (senão para quem os presenciou), outros, os que irei partilhar com os visitantes deste blog, que graçam pelo caricato que são e merecem referência neste espaço.

A primeira foto foi tirada dentro Santuário de Nossa Senhora da Lapa, no concelho de Sernancelhe. Local onde, em 1498!?!, uma pastorinha muda recuperou a fala depois da aparição da Nossa Senhora.

É caso para dizer, Sócrates estás perdoado!

A RESISTÊNCIA (2)

JOSÉ MAGRO - breves notas biográficas


Nasceu em Lisboa, na freguesia de Alcântara, em Março de 1920.
Participou nas lutas estudantis de 1937/1942, tendo aderido ao PCP em 1940 e ingressado no quadro de funcionários clandestinos do Partido em 1945.

Pouco depois foi destacado para funcionário do Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista (MUNAF), tarefa que assegurou durante três anos. Nessas funções, deslocou-se para o Norte do País, de forma a assegurar um contacto regular com o Presidente do Conselho Nacional do MUNAF, general Norton de Matos, que residia em Ponte de Lima.

Em 1949, após a campanha presidencial na qual Norton de Matos foi candidato da Oposição Democrática, José Magro reingressou ao quadro de funcionários do PCP, começando por integrar a direcção da organização do Porto.
Contudo, devido à vaga de prisões ocorrida nesse ano (Álvaro Cunhal, Militão Ribeiro, Sofia Ferreira, António Dias Lourenço, Georgete Ferreira, entre outros) voltou para Lisboa, tendo como tarefa principal assegurar «o controlo do conjunto de empresas dos arredores de Lisboa, do lado de cá do rio».

Por essa altura, foi cooptado para membro suplente do Comité Central do PCP.

Em Janeiro de 1951 é preso. Submetido às mais bárbaras torturas recusou-se a prestar quaisquer declarações à PIDE.

Libertado seis anos depois (em Fevereiro de 1957), voltou para a clandestinidade, desenvolvendo a sua actividade, primeiro no Norte, depois novamente em Lisboa, desta vez no trabalho preparatório das eleições presidenciais de 1958.

Participa no V Congresso doPCP, em 1957, e é eleito membro efectivo do Comité Central.

Preso, novamente, em 1959 (13 de Maio); novamente torturado pela polícia fascista; novamente se recusa a prestar quaisquer declarações.

Em Dezembro de 1961 foge do Forte de Caxias, na célebre fuga no carro blindado de Salazar - uma fuga de que o próprio José Magro foi o principal organizador.

É preso pela terceira vez em Maio de 1962, na sequência da grande jornada de luta que foi o 1º de Maio desse ano e na organização da qual ele teve um papel destacado.

É libertado com a Revolução de Abril - precisamente no dia 27 de Abril de 1974.

Tinha, então, 54 anos.
Desde a sua ida para a clandestinidade havia decorrido 29 anos: cerca de vinte e um, passados na prisão; cerca de nove, na clandestinidade.

Após o 25 de Abril foi membro da Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP e deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República. Posteriormente, foi responsável pela direcção das regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Foi reeleito para o Comité Central do Partido em todos os congressos, até à sua morte em Fevereiro de 1980.

José Magro foi um exemplo de dedicação à luta contra o fascismo, pela democracia e pela liberdade - um exemplo de militante comunista, de homem de coragem e de convicção revolucionárias.
Resistiu, sempre vitorioso, aos brutais interrogatórios a que foi submetido pelos torcionários da PIDE.

Cada interrogatório era, por ele, visto como uma batalha com o inimigo - uma batalha que travava «com serenidade».
Nas suas «Cartas da Prisão», conta-nos da sua alegria e do seu orgulho após cada uma dessas batalhas:
«A alegria e o orgulho de (obter) vitórias sucessivas sobre torturadores profissionais» - e desvenda-nos a origem da serenidade com que encarava cada confronto com as bestas da PIDE: «A minha serenidade reside só na consciência de ser capaz de sofrer por muito tempo, ou de morrer mais ou menos depressa, pelos interesses da minha gente».

Pouco tempo antes de ser libertado, escreveria:
«Sou um funcionário do Partido, qualquer que seja a situação. Serei útil, mais ou menos, conforme a situação, é bem certo!; mas sei por experiência que, de algum modo, o poderei ser sempre.
Até os meus vinte anos de cadeia, infelizmente, terão a sua utilidade prática, ao revelar aos olhos do país e do estrangeiro o que é o fascismo, a dureza do seu carácter repressivo, a violência fria do seu ódio de classe; e, ao mesmo tempo, ao mostrar a capacidade dos comunistas para resistir e superar longas e sacrificadas provas como esta».

E escreveria, ainda na prisão:
«Sei bem, por outro lado, que não chegarei ao final da luta, à vitória do comunismo - mas isso não é para mim essencial, pois estou tão certo que ele virá como de estar sentado a esta mesa; e creio que contribuí para ele com a pequena quota-parte que me foi possível. Que exigir mais à vida?».

Fica a pergunta necessária: E que mais pode a vida exigir a um homem?

FINALMENTE A DEMOCRACIA

«O MUNDO SEM A AMÉRICA»


No «Público» de ontem, Vasco Pulido Valente (VPV), escreve, alarmado, que «o ocidente está em risco de ficar sem a América». Registe-se, como mera curiosidade, que para VPV «América» significa Estados Unidos da América e que «o ocidente» significa «o mundo»...

Para o conhecido analista político, as razões da tragédia que será «o mundo» ficar sem «a América» decorrem de erros cometidos pelo imperialismo norte-americano (isto digo eu...) nas últimas décadas (Iraque, Afeganistão, etc). E as consequências de tais erros serão terríficas: «sem a América, não haverá nenhuma aventura impermissível. Nenhuma catástrofe inimaginável». Enfim, sem «a América» será o caos...

Sem «a América» será o desastre à escala planetária: os povos poderão passar a decidir livremente os seus destinos sem as bombas norte-americanas a devastá-los, milhões de vidas humanas serão salvas dos humanitários bombardeamentos do império, etc., etc..

Naturalmente, VPV não se esqueceu de Portugal e do drama que recairá sobre os portugueses quando se consumar a tragédia de «o mundo» ficar sem «a América»: «tarde ou cedo, as consequências também cá chegarão» - avisa, solene e preocupado.

Até agora, a relação dos Estados Unidos da América com Portugal, foi, resumidamente esta: o apoio ao regime fascista de Salazar e Caetano até ao dia 25 de Abril de 1974; o combate à Revolução de Abril desde o dia 25 de Abril até hoje, dia 12 de Agosto de 2007.

E é isto que Portugal e os portugueses perdem se «o mundo» ficar sem «a América».

Quanto a VPV perderá muito mais, certamente.

A RESISTÊNCIA (1)

UMA CAMPANHA PERIGOSA


A poderosa campanha que, de há uns tempos a esta parte, procura branquear o fascismo - mais do que branqueá-lo, decretar que ele não existiu e que o tirano Salazar não era mais do que um «pai severo» que, de quando em quando, se via forçado a «dar uns açoites nos filhos mais indisciplinados» - tem como objectivo complementar, e não menos importante, o de apagar ou adulterar a resistência antifascista e o papel nela desempenhado pelo Partido Comunista Português.

Numa situação de normalidade democrática, tal campanha não teria a mínima hipótese de singrar. Mas a verdade é que não vivemos numa situação de normalidade democrática, como o Governo de José Sócrates faz questão de nos mostrar todos os dias.

A violação dos direitos democráticos dos trabalhadores e dos cidadãos; o desrespeito pelas liberdades políticas; a existência de uma activa rede de bufos e delatores, são alguns entre os muitos exemplos do conteúdo antidemocrático da política do actual governo - exemplos que, aliás, exalam um preocupante e nauseabundo cheiro a fascismo.

Daí, então, a necessidade de dar resposta a essa campanha, a qual, registe-se, serve às mil maravilhas a política praticada por Sócrates.

É necessário e imperioso relembrar aos que viveram e sofreram a ditadura, e alertar os que tiveram a felicidade de ter nascido depois do 25 de Abril, que o fascismo existiu - que o fascismo, opressivo, repressivo, ditadura terrorista do capital, existiu e flagelou Portugal e os portugueses durante quase meio século.

E é necessário e imperioso relembrar e alertar que a resistência ao fascismo começou no dia em que ele se implantou e prosseguiu até ao dia em que ele foi derrubado - e que na vanguarda dessa resistência antifascista e da luta pela liberdade e pela democracia, estiveram sempre, sempre, os militantes comunistas.

Cumprindo o seu dever, pois claro. Mas cumprindo-o.

QUAL É COISA, QUAL É ELA

PERGUNTAR NÃO OFENDE...



Surripiada do jornal Avante de ontem, aqui fica a pergunta:

«Não sendo, obviamente, um partido de esquerda, o que é, então, esse partido que se diz «de esquerda» e se autodenomina «socialista», ao mesmo tempo que leva por diante a política mais à direita de todas as políticas de direita praticadas nos últimos trinta anos?».

Alguém sabe responder?

ISTO ANDA TUDO LIGADO

TODOS BONS RAPAZES


O Governo de José Sócrates «congratulou-se» com a tomada de posse do novo governo timorense chefiado por Xanana Gusmão.

Sócrates sublinhou «a necessidade de um permanente diálogo construtivo e abrangente entre as forças democráticas timorenses» e apelou «aos partidos políticos, às forças armadas e à sociedade civil, para a estabilidade e o desenvolvimento do país».

Ou seja: violada que foi a Constituição; assegurada, ilegalmente, a presença no governo dos agentes dos EUA e da Austrália; garantida, com o governo ilegítimo, a defesa integral dos interesses daqueles dois países; agora há que... assegurar «a estabilidade e o desenvolvimento» ao serviço dos promotores do golpe de estado.

Naturalmente, os executantes do golpe (xananas, hortas & Cia.) serão devidamente recompensados.

Com esta congratulação e com este apelo ao diálogo e à estabilidade, o Governo de José Sócrates exibe-se como fiel seguidor do governo de Bush, o qual, como lhe competia, foi o primeiro a fazer o balanço do golpe e a apresentar as conclusões.

Timor-Leste, Iraque, Afeganistão, ex Jugoslávia, Palestina, etc: isto anda tudo ligado.
Bush, Sócrates, Xanana, Horta, etc: todos bons rapazes. Como no filme do Scorsese.

SINAIS DOS TEMPOS

O GOLPE


Os acontecimentos de Timor-Leste são bem o espelho da situação que hoje se vive no mundo.

Com a tomada de posse de Xanana Gusmão como primeiro-ministro, consumou-se o golpe de estado levado a cabo naquele país pelos governos dos EUA e da Austrália, tendo como homens de mão um grupo de lacaios timorenses dos quais se destacam o próprio Xanana Gusmão e Ramos Horta.

Depois de eleições em que um partido (a FRETILIN) é vencedor, o Presidente da República chama para primeiro-ministro o chefe do partido que ficou em terceiro lugar - e ao tomar tal decisão, tem a suprema desfaçatez de dizer que «o bem comum do povo timorense exige que sejamos tolerantes».

Por seu lado o governo dos EUA «apela a todos para aceitarem o novo governo». Se não... já sabem como é...

Xanana Gusmão, além de primeiro-ministro é, também, ministro da Defesa, ministro da Segurança e ministro dos Recurso Naturais. Reune, assim, todas as condições para servir integralmente os interesses dos que promoveram o golpe de estado e para reprimir os que a isso se opuserem.

E não tenhamos dúvidas que o fará sem hesitações. A coragem que lhe faltou para resistir nas prisões indonésias - onde se portou como um miserável cobarde - sobra-lhe, agora, para fazer o que for necessário enquanto agente dos interesses imperialistas.

De tudo isto ressalta, claro e inequívoco, o conceito de democraCIA das actuais classes dominantes.

E ressalta, também clara e inequívoca, a necessidade de prosseguirmos a luta pela democracia, pela liberdade, pela justiça social, pela paz e pela solidariedade entre os povos. Pelo futuro.

POR ABRIL

É EM FRENTE QUE VAMOS


Depois da publicação de um oportuníssimo texto - Pela democracia, pela liberdade - por Abril - subscrito por cinquenta personalidades da nossa vida política e cultural, que apelam à intervenção cívica dos portugueses para que Abril, os seus valores e os seus ideais se afirmem como património vivo no Portugal do nosso tempo, outro acontecimento põe na ordem do dia a questão da luta, cada vez mais necessária, pelos direitos, liberdades e garantias conquistados em 25 de Abril de 1974.

Ontem à tarde, no Grémio Lisbonense, Odete Santos anunciou a criação de «Fronteiras - Associação para a defesa dos direitos e liberdades democráticas», cujo objectivo é «constituir um espaço de informação e denúncia de ataques aos direitos fundamentais e à democracia, resistindo às medidas antidemocráticas, defendendo a liberdade» e apelando «a todos, homens e mulheres das letras, das ciências, da saúde, do ensino, estudantes, defensores dos direitos e liberdades que a nós se juntem». (fronteiras.liberdades@gmail.com)

Estes dois acontecimentos, virados para o mesmo objectivo de unir forças, esforços e vontades na defesa da democracia e da liberdade face à perigosa ofensiva do Governo PS/Sócrates, constituem importantes pontos de partida para um amplo e forte desenvolvimento da luta por Abril - uma luta que é de todos os democratas, de todos os homens, mulheres e jovens de esquerda, de todos os que vêem nos ideais de Abril a referência essencial do nosso futuro colectivo.

Na sua intervenção, Odete Santos citou o poeta Nazim Hikmet:

«Mas é em frente que vamos, não é verdade?
É em frente que vamos».

Exactamente: É em frente que vamos. Por Abril.

Poesia

A FESTA DO AVANTE




Estou na “Atalaia” na esplanada


Na minha frente a Festa do Avante


Passa o povo de bandeira rubra içada


De olhar sereno e sorriso triunfante

É a força do trabalho e o seu querer


Fazendo a festa do amor e da amizade


O povo assiste com alegria e prazer


Vive a festa da luta e da fraternidade

A minha Pátria está na minha frente


Aqui eu sinto, a força do seu pulsar


O sorriso de cada um… é confiante

Em uníssono ouvimos o povo cantar


De braço dado avante camarada “avante”


Ninguém nos rouba o direito de sonhar.




De: José Manangão (Poeta Popular) - Blog




QUANDO A ESMOLA É GRANDE...

PERGUNTAS EM TEMPO DE FÉRIAS


Pelo que se diz e pelo que as imagens mostram, este jovem ADU - nascido no Gana, emigrado para os EUA aos 8 anos de idade e, hoje, cidadão norte-americano - é um fabuloso jogador de futebol, daqueles que dá gosto ver, tal o talento que evidencia e a alegria de jogar futebol que irradia.

Por tudo isso - e porque quando a esmola é grande o pobre desconfia - a vinda deste jovem de 18 anos para o Glorioso SLB, coloca-me as seguintes interrogações:

1 - Como é que o Benfica conseguiu superar, na corrida para a contratação de ADU, os grandes e poderosos clubes que nele estavam interessados (Inter, Chelsea, Manchester United)?

2 - Sendo ADU o genial jogador que parece ser, de quanto tempo precisará Fernando Santos para o transformar num jogador banal, sem talento, a falhar sucessivos passes, triste, sem chama e sem garra?

A propósito: alguém viu (ou alguém conhece alguém que tenha visto) aqueles «55 minutos muito bons» que o Fernando Santos viu no Benfica - Al-Ahly»?

Ainda a propósito: o Fernando Santos não tinha jurado que, se o Benfica não ficasse em segundo lugar na Liga 2006/2007, se iria embora?

Por favor, mesmo em férias ajudem-me a responder a estas perguntas.