EI-LOS

Os jornais diários aparecem hoje - todos, sem excepção - a enaltecer as muitas bondades da revisão do Código do Trabalho perpetrada pelos partidos da política de direita.
Em grandes parangonas, nas suas primeiras páginas, difundem a imagem de um Código do Trabalho altamente favorável aos trabalhadores. Lendo-os distraidamente - ou lendo apenas as manchetes - a ideia que se colhe é a de que o emprego precário vai acabar, tal como os despedimentos sem justa causa, etc., etc.
O prestimoso JN vai mesmo ao ponto de escolher para a sua reverente rubrica «Figura do Dia» - onde, regra geral, elogia um membro do Governo - nem mais nem menos do que o ministro do Trabalho, sobre o qual diz, nomeadamente, que é «considerado por (quase) todos os quadrantes políticos e sociais como um dos melhores ministros do Governo de José Sócrates» - «classificação ainda mais justa», esclarece o «jornalista» de serviço à rubrica, depois destas alterações ao Código do Trabalho...
É preciso ter lata! Ou, o que para o caso vai dar ao mesmo, é preciso não ter vergonha nenhuma!

Esta campanha propagandística não surpreende, visto que, como se sabe, os média são propriedade do grande capital e o grande capital é o único interessado na política de direita - na qual se integra, e de que maneira, este Código (mal denominado) do Trabalho e que mais ajustadamente deveria chamar-se código do capital.

Quer isto dizer que, para os trabalhadores portugueses, a luta vai (continuar a) ser dura.
Para já, fiquemos com uma boa notícia: o anúncio feito pelo PCP de que, na sequência da apresentação de uma série de diplomas sobre a matéria, vai levar à Assembleia da República «uma proposta unificada para eliminar os aspectos negativos do Código do Trabalho e reforçar um conjunto significativo de direitos».

E preparemo-nos para, nas jornadas de luta que vão ser as comemorações do 25 de Abril e do 1º de Maio, nos batermos inequívocamente pelo direito ao trabalho com direitos - direito que conquistámos na sequência do 25 de Abril de 1974 e que nos tem vindo a ser roubado ao longo dos últimos 32 anos.

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