POEMA

EM TORNO DA MINHA BAÍA

Aqui, na areia,
sentada à beira do cais da minha baía
do cais simbólico, dos fardos,
das malas e da chuva
caindo em torrente
sobre o cais desmantelado,
caindo em ruínas
eu queria ver à volta de mim,
nesta hora morna do entardecer
no mormaço tropical
desta terra de África
à beira do cais a desfazer-se em ruínas,
abrigados por um toldo movediço
uma legião de cabecinhas pequenas,
à roda de mim,
num voo magistral em torno do mundo
desenhando na areia
a senda de todos os destinos
pintando na grande tela da vida
uma história bela
para os homens de todas as terras
ciciando em coro, canções melodiosas
numa toada universal
num cortejo gigante de humana poesia
na ,ais bela de todas as lições:
HUMANIDADE.

Alda do Espírito Santo

5 comentários:

Justine disse...

Que poema comovente.
Infelizmente, a canção que se ouve na terra de Alda tem outra toada, bem diferente da do poema...
País belo como não conheço outro, e tão maltratado como tantos outros

samuel disse...

Muito bonito!
Adoraria conhecer S. Tomé.
Sei muito pouco, seja da poesia, da música, até do que por lá se passa, confesso.

Abraço

GR disse...

A poesia africana é muito bonita, escrevem com muita ternura.

GR

Anónimo disse...

Poema belo, dos muitos que tens divulgado.

Mário Figueiredo

Fernando Samuel disse...

justine, samuel, gr, subterraneodaliberdade: com este poema terminou o «ciclo africano»...
Ainda bem que gostaram.
Beijos e abraços para todos e... a POESIA CONTINUA!