FALAR É FÁCIL

Três afirmações de Manuel Alegre, proferidas ontem, no decorrer da apresentação de mais um livro seu - a confirmar que falar é fácil...

1 - «Se os independentes pudessem concorrer às legislativas, isso enriqueceria a nossa democracia (...) sou um independente, sempre fui um independente».
Infelizmente, Alegre não explicou como é que conseguiu conciliar esta sua qualidade de independente sempre (em palavras) com a sua eleição (de facto), durante mais de três décadas sucessivas, em listas do PS - e com o seu alinhamento total com o PS em todas as votações sobre questões essenciais na Assembleia da República.

2 - «Também ajudei a escrever a história do PS, mas um outro PS».
Infelizmente, Alegre não explicou de que «outro PS» estava a falar: no que me diz respeito, só conheço este PS - este PS, vanguarda da contra-revolução; este PS, lacaio do grande capital; este PS, iniciador da política de direita e seu executante ou apoiante desde 1976; este PS, enfim, de que Manuel Alegre é dirigente e deputado há trinta e tal anos - e do qual, sem dúvida, ajudou «a escrever a história». Ó se ajudou!...

3 - «Tenho muito gosto em aparecer ao lado do secretário-geral (Sócrates)».
Aí está, finalmente, uma GRANDE verdade.

12 comentários:

Crixus disse...

Não sei se sou só eu, mas acho que há algumas contradições no discurso de Manuel Alegre, e também alguma confusão de ideias. Então ele sempre foi independente? Não é militante e eleito pelo PS há algumas décadas?

Anónimo disse...

...E para nossa desgraça ele sabe que alguns portugueses ainda acreditam em milagres.
...E nem o magro salário os consegue fazer duvidar!
Estava a lembrar-me das palavras de GUErra Junqueiro em 1886.

Maria disse...

O homem passou-se. Gosta de se ouvir, ouviu-se no domingo e passou-se.
Como é que um dirigente de um partido pode dizer que é independente?
Terá os dois neurónios a funcionar? Ou o Teco está em greve?
Bem pode limpar as mãos à história que ajudou a escrever...
Francamente!

Um beijo grande meu, que não sou independente, com todo o gosto.
Direi mesmo, com todo o Amor pelo meu Partido!

alex campos disse...

Se o alegre é independente, eu quero ser dependente. E pronto.

um abraço

samuel disse...

Gosta muito de aparecer ao lado de Sócrates... mas aposto que é do "OUTRO" Sócrates que ele ajudou também a construir...

Chalana disse...

O Avô Cantigas quer dár-nos música, mas desafina muito, mesmo levado ao colo pela acústica da impren$a do Capital...

GR disse...

Quanto mais velho está, mais aldrabão fica.
Este pedante não se assume. Foi fundador e vice-presidente do ps e não assume?
Trinta e tal anos como deputado do ps na AR, antes exerceu o cargo de Secretário de Estado da Comunicação Social e Porta-voz do 1.º Governo Constitucional.
Este homem é mais um embuste do ps!
Sempre duvidei que ele fosse o verdadeiro autor dos poemas, agora já não tenho dúvidas.

GR

Anónimo disse...

Do que ele gosta realmente é de aparecer ao lado do sousa. O resto é cantiga de embalar.

Rui Silva disse...

Está aberta uma lista para lhe oferecer um pacote de fraldas.

Hilário disse...

Como poeta ainda se come.

Como politico é um daqueles senhores que sabe jogar com os sentimentos do seu povo,sabe muito bem mentir. É um homem do sistema, nunca irá romper com o sistema mas sim remendá-lo.
Depois de Abril/74, o grande inimigo deste senhor era e ainda hoje é, o PCP.Porque será?

Um Grande Abraço

Ana Camarra disse...

Poratanto independentemente é do PS, a história que escreve é de outro PS (esquizofrenia?!) gosta de aparecer ao lado Secretário Geral do PS e ele não gosta muito é do Primeiro Ministro, coisas distintissimas, portanto!

Beijos

Fernando Samuel disse...

crixus: o homem diz que é e sempre foi independente: o que é que a gente lhe há-de fazer?...
Um abraço.

poesiaopopular: até que um dia, o milagre acontecerá mesmo...
Abraço.

Maria: e tem muito para limpar das mãos...
Um beijo grande.

alex campos: alegre(mente independente(mente)...
Um abraço.

samuel: ele, o outro, o próprio...
Um abrço.

chalana: levado ao colo, embalado e de chucha na boca...
Um abraço.

GR: sabes que «o poeta é um fingidor»...
Um beijo.

Antuã: ele gosta «disto», mas finge que não.
Um abraço.

rusil: aí está uma ideia...
Abraço.

hilário: é obviamente um homem do sistema.
Abraço.

Ana Camarra: sabes é que ele (não) é (inde)pendente...
Um beijo.