POEMA

PRIMEIRO DIA


Depois será como se nascêssemos de novo,
trouxéssemos para o dia
a nossa mais funda e mais bela face.

Dia de chuva solar em nossos cabelos ilimitados.
Ergueremos os ombros cansados.
E nos reveremos nas águas
do próprio rio que somos, inextinguível.

Pousarão as aves marinhas e as terrestres
nos nossos ombros escorrendo sol e limos,
e as rãs adormecerão nos paúis
onde nos diluímos sofregamente raízes.
E os peixes e os navios navegarão em nosso sangue,
na maior das navegações
de todos os tempos.

Erecto estará o nosso braço, e formidável.
Sob as nossas mãos
crescerão as formas anunciadas.
E as palavras nos brotarão dos lábios,
e serão searas
e aves do tamanho do mundo.


Papiniano Carlos

8 comentários:

Justine disse...

Sinto-te cheio de searas e aves...
foi uma onda de força, o fim-de-semana!

Anónimo disse...

E as palavras brotaram
da sementeira que deu fruto
e nas nossas veias
correu cor...
correu farta a esperança..!

Beijos

samuel disse...

"e aves do tamanho do mundo"

E (finalmente) da paz!

Abraço

Anónimo disse...

Somos a semente, a flor e o fruto do futuro!
Abraço

Maria disse...

Hoje não consigo ler a poesia por dentro, leio apenas palavras...
Hoje ainda estou triste...

Um beijo grande

Fernando Samuel disse...

justine: podes crer!...
Um beijo.

utopia das palavras: a ESPERANÇA sempre!
Um beijo.

samuel: e de certo modo a paz é tudo.
Um abraço.

poesianopopular: ou seja: somos o PCP...
Um abraço.

Maria: estamos tristes.
Um beijo grande.

Ana Camarra disse...

Não posso acrescentar mais nada, apenas que quero fazer parte desse dia e do caminho que nos leva a ele!

Obrigado

Beijos

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: e eu contigo.

Um beijo.