POEMA

OS CÃES DA INFÂNCIA


São os cães da infância os cães dementes
ladrando-me às canelas do passado
cães mordendo-me a vida com os dentes
ferrados no meu sexo atormentado.

Paguei cada minuto do presente
com vergões de amor próprio vergastado
porém só fala quem se não consente
vencido temeroso ou amarrado.

Contra os cães uivo. Não me fico assim.
Não tenho pai nem mãe. Nasci de mim
macho e fêmea gerando o desespero.

Lutar é tudo quanto sou capaz.
Não me pari para viver em paz.
Tudo o que eu sou é menos do que eu quero.


José Carlos Ary dos Santos

7 comentários:

Anónimo disse...

Até à vitória final!

A revolução é hoje!

Anónimo disse...

Lutar, Lutar!
Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo... que os Sonhos e Projectos se realizem no ano que vai nascer!
Bom Ano Novo de 2009
Abraço

samuel disse...

Grande e sofrido Ary!

Fernando Samuel disse...

CRN: Bom ano de 2009.
Um abraço.

Ludo Rex: Lutemos por essa realização.
Um abraço e um Bom 2009.

samuel: sofridíssimo...
Um abraço.

Maria disse...

A força das palavras do Zé Carlos é igual à força da voz que lhe vinha de dentro...
Belíssimo, com uma lágrima...

Um beijo grande

Fernando Samuel disse...

Maria: uma lágrima solidária...
Um beijo grande.

Anónimo disse...

Esta é a força da razão dos povos.