POEMA

TELEGRAMA DE MOSCOU


Pedra por pedra reconstruiremos a cidade.
Casa e mais casa se cobrirá o chão.
Rua e mais rua o trânsito ressurgirá.
Começaremos pela estação da estrada de ferro
e pela usina de energia eléctrica.
Outros homens, em outras casas,
continuarão a mesma certeza.
Sobraram apenas algumas árvores
com cicatrizes, como soldados.
A neve baixou, cobrindo as feridas.
O vento varreu a dura lembrança.
Mas o assombro, a fábula
gravam no ar o fantasma da antiga cidade
que penetrará o corpo da nova.
Aque se chamava
e se chamará sempre Stalingrado
- Stalingrado: o tempo responde.


Carlos Drummond de Andrade

5 comentários:

Anónimo disse...

Não foi fácil, enfrentar a agressora besta nazi, muitas vidas se perderam, já pensaram que poderíamos não estar aquí hoje, se os nazis tivessem vencido a batalha de moscovo!
que estou eu para aquí a lalar se a poesia do Carlos Drummond de Andrade diz tudo!
Abraço
Manangão

Fernando Samuel disse...

josé manangão: sem o Exército Vermelho e o povo soviético tudo teria sido muito diferente e muito, muito pior...
Abraço.

Crixus disse...

Quase tão heroica como a resistencia ao nazismo, foi a reconstrução da União Sovietica, empreendida a partir deste dia. É extraordinaria a rapidez com que a URSS se recompos, sendo que grande parte do seu territorio até á linha Leninegrado-Moscovo-Estalinegrado estava completamente destruida. É mais uma prova que o proposito comum, a solidariedade e a fraternidade são o maior poder do mundo.

Justine disse...

Não conhecia este poema de esperança de CDA.
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Fernando Samuel disse...

crixus: é mais uma prova, também,da força e da capacidade criadora do ideal comunista.

justine: um dia destes voltarei ao CDA...