VIAGEM
Aparelhei o barco da ilusão
e reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
o mar...
(Só nos é concedida
esta vida
que temos;
E é nela que é preciso
procurar
o velho paraíso
que perdemos)
Prestes, larguei a vela
e disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
a revolta imensidão
transforma dia a dia a embarcação
numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
o que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
4 comentários:
Tinha aquele ar de fraga... mas depois escrevia coisas destas.
É o que está novamente a suceder, não de barco, mas pelo ar, o que é preciso é fugir á escravidão, este PS traidor consegue faser com que a história se repita.
Manangão
Comovente, de tão belo, de tão fundo, de tão cristalino.
Apetece reler, e reler, e dizer, e ouvir cá por dentro.
samuel: pois...
josé manangão: como tantas vezes tens dito: o que é preciso é lutar!
justine: ... «e ouvir cá por dentro»: bonito!
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