Folheando um livro intitulado "Murais de Abril 1974", encontrei algumas relíquias, obras de arte, murais pintados no fervilhar de mãos hábeis e sedentas de Liberdade. Partilho alguns desses murais, que por incrível que pareça, e após 34 anos, muitos, continuam actuais, na medida em que ainda hoje lutamos pelos ideais que as pinturas representam.
Retirado de: Murais de Abril 1974, Biblioteca Museu República e Resistência
4 comentários:
Estamos na fase do passo atraz, mas somos daqueles que nunca desistem, eles sabem tão bem como nós!
Lá chegaremos!
Manangão
Duas Obras de Arte. Lindíssimos murais.
Obrigado pela escolha do teu post.
É bom recordar.
Um cravo para ti,
GR
http://malambas.blogspot.com/2006/01/abril-de-brados-mil.html
ABRIL de BRADOS MIL *
(1974 / 2005 - 25 de Abril)
Abril em Lisboa, brados Mil
Cravos, Flores, floriram
Rostos sorriram, mas…
Áfricas ensanguentadas, gemiam
Angola, Guiné e Moçambique
Maquela do Zombo, Madina do Boé e
Mueda
Irmanadas, nas granadas rebentadas
Metralhadoras G3 e canhões estremeciam
Kalashenikoves – metralhadoras, e minas bailarinas
Bailando no baile da morte anunciada
Viúvas e órfãos de soldados vivos
De luto antecipado vestidos
Soldados mancebos, outros,
Dormindo com a morte, a fiel amante.
África em Guerra
Soldados portugueses, longe do Norte
Africanos guerrilheiros, a Sul, nas suas Terras
Abril de brados Mil e
Em Lisboa, não choveram balas nem obuses
Choveram flores emancipadas
Emancipando as armas e
os barões não assinalados
Passaram ainda além do Chiado e dos Algarves
Ao largo, no Tejo,
A Armada, seu fado aguardava
Em África o luso soldado, sua amada, chorava
Em Portugal o Povo desesperava
Contra os canhões marcharam, marcharam
Cravos de liberdade e de brados mil, armados
A 25 de Abril, 1900 e 74,
O Dia ficou mais Dia
E a Noite menos noite
Raiou o Sol da esperança…
Esperança da mulher ser mais mulher,
Da criança mais criança,
Do homem mais homem,
…E do Amor, mais Amor,
e, sobretudo, falar sem Temor
Apesar de esquecida ficar, Timor!!
*João Craveirinha*, 05.04.2005
* Poeta, contista e artista plástico moçambicano
(Poema lido pelo autor na Suécia em Abril 2005 a convite da Associação Portuguesa de Estocolmo por ocasião da efeméride do 25 de Abril naquele País Nórdico)
Publicada por ELCAlmeida em 2:23 PM
Etiquetas: João Craveirinha, Moçambique, P-Foto
Que saudades destes belíssimos murais...
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