DUAS HISTÓRIAS

O Diário de Notícias, na sua rubrica «Elevador» - uma variante do sobe e desce de personalidades hoje muito em voga nos média nacionais - põe João Proença, secretário-geral da UGT, a subir.
Razão: a «muito razoável participação (..) 25 mil na rua» conseguida pela UGT no 1º de Maio.

Para a responsável da rubrica, o facto de a manifestação ter tido carácter nacional (com deslocações e refeições à borla para muitos dos participantes...) é de todo irrelevante...

A rematar a subida de João Proença, a jornalista comenta: «A CGTP, evidentemente, conseguiu muitos mais, mas isso é outra história».

É. É outra história...

Aliás, são duas histórias:
de um lado, a história de uma central sindical de classe, unitária, de massas, independente e democrática, criada, no tempo do fascismo, pela classe operária e pelas massas trabalhadoras;
do outro lado, uma organização congeminada (com fortes financiamentos das centrais internacionais do divisionismo sindical) pelos partidos da política de direita serventuários do grande capital - PS, PSD e CDS - com o objectivo essencial de dividir os trabalhadores para enfraquecer a sua luta e para melhor os explorar - e para quebrar a espinha à CGTP...
Ou seja:
de um lado, os trabalhadores organizados na sua estrutura de classe para a defesa, de facto, dos seus interesses e direitos;
do outro lado, falsos representantes dos trabalhadores defendendo, de facto, os interesses do grande capital - e, sem dúvida, conseguindo iludir muitos trabalhadores, como foi visível nas declarações da alguns dos participantes no desfile da UGT que diziam ter vindo a Lisboa protestar contra a política do Governo...


8 comentários:

Anónimo disse...

A UGT é a central dos "CAPATAZES", dirme-ão, vocês, mas os "CAPATAZES" tambem são trabalhadores!
Pois são; mas a farramenta deles, -é o chicote!
Quém está na UGT, é só por revanxismo, contra a CGTP-IN, como tu dizes e muito bem, a UGT foi criada, apenas com essa finalidade, esqueceram que a (espinha) da CGTP-IN tem sangue revolucionãrio!
Manangão

Anónimo disse...

No Congresso de Fundação da UGT estiveram a apadrinhá-la os trabalhdores Sá Carneiro, bate-chapas, Freitas do amaral, sacristão, e mário soares, caixeiro viajante. peço desculpas aos verdadeiros profissionais dos respectivos ramos pela comparação. Sempre há cada estória!...

Crixus disse...

Alem dos apontados no post como padrinhos da UGT, esta só existe com a comunicação social e para ela. Quais foram as ultimas acções tomadas pela UGT num contexto de enormes ataques aos direitos dos trabalhadores? Agora vêm no 1º de Maio fazer uma sardinhada em Lisboa com autocarros pagos, para passar na tv's antes da verdadeira central sindical. A questão da unicidade sindical impos-se alem da vontade politica, porque a UGT não representa os interesses dos trabalhadores mas sim do governo e do capital. Nós conhecemos a história e sabemos quais são os propositos deles, mas lá que irrita um bocadinho...
Abraço

GR disse...

Nós também conhecemos a “história”!
Quem é a UGT? E os seus dirigentes?
Onde estão algum dos antigos dirigentes da UGT?
Torres Couto – José Mota - Rui Oliveira e Costa. Depois de anos em tribunal, garantindo que “não fui eu, mas ele que roubou”. Dirigentes já não são! têm uma excelente condição económica. (dois deles conheço bem).
Estão a enaltecer a UGT, porque todos sabemos que estes vírus vão assinar o Código de Trabalho!

O DN é muito mais reaccionário que o JN!

Viva a CGTP!

GR

Anónimo disse...

Não é verdade que a história é a luta de classes enquanto classes houver. A grande questão é saber de que classe se é, por qual se luta.

Anónimo disse...

Claro que fala um ponto de interrogação, este: ?, no comentário anterior, no final do primeiro parágrafo.
E já agora um ponto de exclamação. este: !, no final do segundo parágrafo.
Façam o favor de os lá pôr.

Anónimo disse...

3º comentário, corrigindo os anteriores e revelando quanto, ontem à noite, estava exausto, com os dedos a falharem teclas. Que os eventuais leitores de passagem pelos comentários me desculpem.
Queria escrever isto:
Não é verdade que a história é a luta de classes, enquanto classes houver? A grande questão é saber de que classe se é, por qual se luta!

Fernando Samuel disse...

josé manangão: infelizmente, também lá estão muitos trabalhadores enganados, e muitos outros por medo...
Abraço.

antuã: estiveram lá todos, pessoalmente e em representação do grande capital nacional e internacional...
Abraço.

crixus: claro. e os donos da comunicação social são os donos da ugt...
Abraço.

gr: a ugt assinará tudo o que o grande capital lhe ordenar...
Beijo.

zambujal: no primeiro comentário percebia-se tudo - tão certeiro ele é.
Abraço.