1 - Desinformação organizada.
As televisões fizeram o que lhes competia no tratamento das manifestações do 1º de Maio: desinformaram e manipularam.
A RTP1 abriu com o 1º de Maio; a seguir foi a TVI - finalmente, mais de meia hora depois, foi a vez da SIC.
Regra geral, as imagens respeitantes à CGTP-IN eram criteriosamente más: quem não tenha lá estado, dirá que andavam por ali umas dezenas, talvez centenas de pessoas...
Já em relação à UGT, eram criteriosamente boas: quem lá não foi, ficou com a ideia de um mar de gente...
Quanto ao número de manifestantes, ficámos a saber que a UGT mobilizara «25 mil», ou «30 mil».
Sobre a CGTP-IN não havia números...
O facto de a manifestação da UGT ter sido de âmbito nacional não foi referido.
E só por dedução é que alguém podia concluir que a CGTP-IN organizara manifestações em dezenas de localidades...
A RTP1 chegou ao ponto de, sobre a manifestação da CGTP-IN, referir as «pessoas vindas de todo o País»...
Mais palavras para quê?: é a comunicação social «independente, plural, isenta e imparcial» a funcionar.
2 - Com respeito ao respeito...
Três observações sobre outras tantas anomalias patentes, a meu ver, no cartaz do 1º de Maio da CGTP-IN:
1 - utilizar a ideia do «respeito» que o BE já utilizara nos seus outdors, revela pouco respeito pela malta que luta a sério. Tal utilização não passaria pela cabeça de ninguém - mas pelos vistos passou...
2 - acresce que a palavra «respeito», assim utilizada, remete a luta dos trabalhadores para um duelo de cavalheiros, com punhos de renda, entre o capital e o trabalho - o que não «respeita» o carácter da luta das massas trabalhadoras.
3 - aquele punho levantado, cheirando mais a rosa do que a cravo, revela pouco «respeito» pelos graves problemas que a política de direita do Governo PS/Sócrates causa aos trabalhadores portugueses.
A coroar estas anomalias, o BE desfilou partidariamente organizado: com os seus cartazes, slogans e folclore - assim desrespeitando o carácter apartidário da manifestação; assim desrespeitando a CGTP-IN; assim desrespeitando os trabalhdores que a CGTP-IN representa.
Aqui fica o registo - apenas para ficar... registado...
As televisões fizeram o que lhes competia no tratamento das manifestações do 1º de Maio: desinformaram e manipularam.
A RTP1 abriu com o 1º de Maio; a seguir foi a TVI - finalmente, mais de meia hora depois, foi a vez da SIC.
Regra geral, as imagens respeitantes à CGTP-IN eram criteriosamente más: quem não tenha lá estado, dirá que andavam por ali umas dezenas, talvez centenas de pessoas...
Já em relação à UGT, eram criteriosamente boas: quem lá não foi, ficou com a ideia de um mar de gente...
Quanto ao número de manifestantes, ficámos a saber que a UGT mobilizara «25 mil», ou «30 mil».
Sobre a CGTP-IN não havia números...
O facto de a manifestação da UGT ter sido de âmbito nacional não foi referido.
E só por dedução é que alguém podia concluir que a CGTP-IN organizara manifestações em dezenas de localidades...
A RTP1 chegou ao ponto de, sobre a manifestação da CGTP-IN, referir as «pessoas vindas de todo o País»...
Mais palavras para quê?: é a comunicação social «independente, plural, isenta e imparcial» a funcionar.
2 - Com respeito ao respeito...
Três observações sobre outras tantas anomalias patentes, a meu ver, no cartaz do 1º de Maio da CGTP-IN:
1 - utilizar a ideia do «respeito» que o BE já utilizara nos seus outdors, revela pouco respeito pela malta que luta a sério. Tal utilização não passaria pela cabeça de ninguém - mas pelos vistos passou...
2 - acresce que a palavra «respeito», assim utilizada, remete a luta dos trabalhadores para um duelo de cavalheiros, com punhos de renda, entre o capital e o trabalho - o que não «respeita» o carácter da luta das massas trabalhadoras.
3 - aquele punho levantado, cheirando mais a rosa do que a cravo, revela pouco «respeito» pelos graves problemas que a política de direita do Governo PS/Sócrates causa aos trabalhadores portugueses.
A coroar estas anomalias, o BE desfilou partidariamente organizado: com os seus cartazes, slogans e folclore - assim desrespeitando o carácter apartidário da manifestação; assim desrespeitando a CGTP-IN; assim desrespeitando os trabalhdores que a CGTP-IN representa.
Aqui fica o registo - apenas para ficar... registado...
8 comentários:
Grande post, fernando samuel! É preciso dizer as coisas, chamás-las pelo seu nome. Com respeito ao respeito há quem não tenha respeito... tenha "causas". Et pour cause. E este Maio, em que lembramos 1968, há tanto para lembrar de acções destas...
Bem esgalhado!
Também comecei a levar com esse "número" das televisões assim que liguei o malfadado aparelho.
Grande post!
Curiosamente, quando me deslocava para casa no final da manif de Guimarães, na rádio apenas referia cerca de 15.000 na manif. da UGT. Foi com espanto que vi à noite que no espaço temporal em que ouvi na rádio (cerca das 19,00 horas) e a hora do telejornal, a participação tinha duplicado.
Mas nós sabemos que é assim porque sempre assim foi. Quando mais a luta dos trabalhadores avança e com ela se reforça o seu verdadeiro e único representante que é a CGTP-IN, mais "eles" elevam e ajudam a UGT. Afinal, são estes "amarelos" que amanhã irão deitar ao lixo tudo o que dizem hoje e irão fazer as "fretadas" habituais aos seus amigos e subsidiários do PS. Assinarão todos os acordos que lhes coloquem à frente, mandando às malvas os trabalhadores e os seus interesses.
Fernando Samuel, mas não foi para isto mesmo que eles foram criados?
Para destruir a unidade dos trabalhadores.
Não há dúvida. Eles cumprem com distinção o seu papel de serventuários.
Assim, os outros serventuários do capital fazem também o seu papel de segurar e empurrar estes "amarelos" para um papel que os trabalhadores não lhe reconhecem por uma razão muito simples: Os trabalhadores não precisam de traidores dentro da sua classe.
Foi assim. Exactamente como dizes. E ponto final.
Mas tudo isto ainda nos dá mais força para continuarmos a luta....
Abraço
O Francisquinho é o isco para os incautos, será que mandaram outro para o Rossio?
É incrivel como esta gente não tem o sentido das figuras ridículas que fazem, DESinformação inclída!
Deixai que eles cavem a própria sepultura!
Abraço
Manangão
Mais um excelente post!
Há palavras que não devem mudar, outras não deveriam ser colocadas.
As filmagens das Tv’s muito manipuladas, foram nojentas.
Em Aveiro estavam muitos milhares de manifestantes. Nada de BE’s.
Havia sim, trabalhadores cheios de vontade de lutar, reivindicar. Desabafavam os seus infortúnios; desemprego, dívidas, falta de alimentação para os filhos. Choramingava uma menina (12 anos) filha de um desempregado que revoltada dizia: eu quero ir à Festa do Avante! não faz mal pai, vamos sem dinheiro!
Saberá o Sócrates o que é a fome, o trabalhar sem receber? Saberá o BE o que é abrir um frigorífico vazio? Ceifar a vontade, o sonho a uma criança?
Eles não sabem! os capitalistas nada entendem do sofrimento dos trabalhadores.
Foi uma grande jornada de Luta, com muitas centenas de milhares de trabalhadores!
GR
zambujal: a história está cheia de «episódios» semelhantes que se repetem ciclicamente.
Abraço.
samuel: e tamanha é a desvergonha que tudo isto é feito com a normalidade das coisas normais...
Abraço.
rogério: de facto, foi para isto mesmo que eles foram criados pelos partidos executores da política de direita: PS, PSD e CDS/PP.
maria: e essa é a questão fundamental!
Beijo.
josé manangão: francisquinhos é o que não lhes falta...
Abraço.
gr: para os capitalistas, hoje e sempre, o que conta é o lucro...
Beijo.
Caro amigo,
centrar o 1º de Maio na coincidência de palavra entre O slogan da CGTP e um cartaz do BE é da a esse grupelho uma atenção que não merece!
Mas para quem parece tão informado, é , desculpa dizer alguma falta de atenção...
Ou será que não é claro para ti, que o BE já sabia o que a CGTP ia utilizar no 1º Maio?
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