1º DE MAIO DE 1962
Uma das primeiras consequências visiveis da correcção do desvio de direita de 1956-1959 foi o 1º de Maio de 1962 que, atingindo dimensões, significado e conteúdos novos, trouxe à luz do dia a nova dinâmica do movimento operário.
É por demais significativo e relevante o facto de, desde aí, o Dia do Trabalhador, enquanto tal, ter passado a ser o dia nacional da resistência antifascista, ocupando, assim o lugar até então ocupado pelo 5 de Outubro, dia da revolução republicana burguesa.
No dia 1º de Maio de 1962, 100 mil pessoas ocuparam as ruas de Lisboa durante longas horas, enfrentando as forças policiais. Às cargas brutais da polícia e às rajadas de metralhadora, responderam com pedras, arrancadas do pavimento, e com postes de sinalização, dispersando num lado para se reagrupar no outro.
Neste confronto, o jovem operário comunista Estêvão Giro é morto por uma carga policial.
As comemorações do 1º de Maio estenderam-se a todo o País em importantes jornadas de luta.
No Porto, em Almada, no Barreiro, em Ervidel, em Alcácer do Sal, dezenas de milhares de trabalhadores comemoram o 1º de Maio enfrentando corajosamente as forças repressivas.
No Alentejo litoral, cerca de 50 000 trabalhadores, dos quais 35 000 assalariados rurais, param o trabalho.
No Ribatejo, Alto Alentejo, arredores de Lisboa e em algumas outras regiões, têm lugar greves e paralisações.
Em Montemor, Escoural, Alcáçovas, Aldeia Nova, Pias, Ervidel, Grândola, Alpiarça, Couço, Vila Moreira, Pero Pinheiro, e em muitas outras localidades praticamente ninguém trabalha no 1º de Maio.
Durante todo o mês de Maio, estas lutas prosseguirão por parte do proletariado agrícola do sul tendo como objectivo - vitorioso - a conquista da jornada de trabalho de 8 horas.
«A conquista das 8 horas de trabalho pelo proletariado rural é uma vitória histórica. E porque as lutas que a ela conduziram se desenvolveram em volta da grande jornada política do 1º de Maio, o dia 1º de Maio de 1962 será sempre lembrado como um marco fundamental na história da luta do proletariado português pela sua libertação do jugo do capital.
Foi uma grande conquista de carácter económico e uma vitória política (...)
O Partido Comunista, que dirigiu desde o início a luta, pode orgulhar-se desta vitória dos assalariados rurais como uma vitória sua.»
(Álvaro Cunhal, «Rumo à Vitória»)
Uma das primeiras consequências visiveis da correcção do desvio de direita de 1956-1959 foi o 1º de Maio de 1962 que, atingindo dimensões, significado e conteúdos novos, trouxe à luz do dia a nova dinâmica do movimento operário.
É por demais significativo e relevante o facto de, desde aí, o Dia do Trabalhador, enquanto tal, ter passado a ser o dia nacional da resistência antifascista, ocupando, assim o lugar até então ocupado pelo 5 de Outubro, dia da revolução republicana burguesa.
No dia 1º de Maio de 1962, 100 mil pessoas ocuparam as ruas de Lisboa durante longas horas, enfrentando as forças policiais. Às cargas brutais da polícia e às rajadas de metralhadora, responderam com pedras, arrancadas do pavimento, e com postes de sinalização, dispersando num lado para se reagrupar no outro.
Neste confronto, o jovem operário comunista Estêvão Giro é morto por uma carga policial.
As comemorações do 1º de Maio estenderam-se a todo o País em importantes jornadas de luta.
No Porto, em Almada, no Barreiro, em Ervidel, em Alcácer do Sal, dezenas de milhares de trabalhadores comemoram o 1º de Maio enfrentando corajosamente as forças repressivas.
No Alentejo litoral, cerca de 50 000 trabalhadores, dos quais 35 000 assalariados rurais, param o trabalho.
No Ribatejo, Alto Alentejo, arredores de Lisboa e em algumas outras regiões, têm lugar greves e paralisações.
Em Montemor, Escoural, Alcáçovas, Aldeia Nova, Pias, Ervidel, Grândola, Alpiarça, Couço, Vila Moreira, Pero Pinheiro, e em muitas outras localidades praticamente ninguém trabalha no 1º de Maio.
Durante todo o mês de Maio, estas lutas prosseguirão por parte do proletariado agrícola do sul tendo como objectivo - vitorioso - a conquista da jornada de trabalho de 8 horas.
«A conquista das 8 horas de trabalho pelo proletariado rural é uma vitória histórica. E porque as lutas que a ela conduziram se desenvolveram em volta da grande jornada política do 1º de Maio, o dia 1º de Maio de 1962 será sempre lembrado como um marco fundamental na história da luta do proletariado português pela sua libertação do jugo do capital.
Foi uma grande conquista de carácter económico e uma vitória política (...)
O Partido Comunista, que dirigiu desde o início a luta, pode orgulhar-se desta vitória dos assalariados rurais como uma vitória sua.»
(Álvaro Cunhal, «Rumo à Vitória»)
6 comentários:
A luta das 8 horas em 1962, foi uma das mais extraordinarias paginas da historia do movimento operario em Portugal, que mesmo com um regime terrorista a apoiar os patrões, conseguem garantir essa grande conquista. Já agora enalteço o papel dos trabalhadores de Aldeia Nova de São Bento, Pias e Vale de Vargo (sem menosprezar os outros) que lideraram o processo de luta na margem esquerda do Guadiana
E o Escoural. Mais tarde esta terra do concelho de Montemor-o-Novo voltaria a ser um marco. E eu que estava no Escoural quando foram assassinados Caravela e Casquinha!..
crixus: andei por lá (Aldeia Nova de São Bento, Pias, Vale de Vargo, Vila Verde de Ficalho, Baleizão...) um pouco antes de Maio de 62. Foi uma das mais belas experiências da minha vida.
Abraço amigo.
antuã: Caravela e Casquinha! Escoural, concelho de Montemor - José Adelino dos Santos...
Abraço amigo.
100 000 manifestantes em 1962?
Grande coragem, fortes convicções!
Todos serão recordados,
«Aqueles que se percam no caminho,
que importa! Chegarão no nosso brado.
Porque nenhum de nós anda sozinho,
e até mortos vão a nosso lado.»
Viva o nosso Partido o PCP!
Sempre foi,sempre será, um Partido de massas.
GR
gr: 100 mil em Lisboa e muitos milhares por todo o país... e na organização e direcção destas manifestações estava, é claro, o nosso PCP...
A luta pelas 8 horas. E que luta! Não houve PIDE ou GNR que travasse a força imensa dos trabalhadores alentejanos. A sua determinação. E venceram! Eu era, então, um adolescente. Estava lá. No Escoural.
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