TUDO EXPLICADO

Dizem os jornais que o ex-Presidente da República Checa, Vaclav Havel - falando numa cerimónia comemorativa do 20º aniversário da chamada «Revolução de Veludo» - considerou «irresponsável e perigosa» a atitude do actual chefe de Estado, Vaclav Klaus, em relação ao Tratado de Lisboa.

Ao que parece, para assinar o dito Tratado, Vaclav Klaus coloca a exigência de a República Checa «ser protegida de qualquer acção que vise a restituição dos bens confiscados à minoria alemã expulsa da Checoslováquia após a II Guerra Mundial».
Se é disso que se trata, a exigência de Vaclav Klaus faz todo o sentido - e considerá-la «irresponsável e perigosa» não faz sentido nenhum...
Ou fará?: adiante veremos...

Logo após a chamada «Revolução de Veludo», registaram-se fortes pressões da Alemanha exigindo a devolução desses bens a esses alemães, pressões que geraram acesa discussão no país: de um lado os que rejeitavam as pressões alemãs - e argumentavam, com verdade, que essa minoria alemã funcionou como «quinta coluna de Hitler» na Checoslováquia ocupada - e do outro lado os que apoiavam a exigência alemã. Entre estes o inevitável Vaclav Havel, que exigia a devolução dos bens confiscados e um pedido de desculpas aos alemães expulsos.
Os dois registos que se seguem talvez ajudem a explicar a verdadeira essência das posições de Havel sobre esta matéria.

1º registo: a questão da devolução de bens, colocou-se igualmente em relação aos checos que colaboraram com o ocupante nazi e aos quais, no final da Guerra, foram confiscados os bens.
Entre esses colaboracionistas, encontrava-se o pai de Vaclav Havel, ao qual foram confiscados todos os bens - que eram imensos, imensos, imensos: terrenos, prédios, palácios, essas coisas todas...

2º registo: uma das primeiras medidas tomadas por Vaclav Havel enquanto Presidente da República Checa, foi a de restituir... a si próprio todos esses imensos, imensos, imensos bens.
Com isso - e na sequência da tal «Revolução de Veludo» - Havel passou a ser, de um dia para o outro, um dos homens mais ricos do país.
Assim: com pés de veludo...

Pronto: está tudo explicado.

12 comentários:

Op! disse...

É sempre interessante observar a dissidência nazi-fascista na "democracia" burguesa.

Anónimo disse...

Pois, realmente quando a dor de cotovelo da história é grande vê-se de vez em quando uns textos sem o mínimo de sentido...
enfim ate sobra tempo para vomitarem umas coisas sobre as antigas colonias da URSS

J.Z.Mattos

Graciete Rietsch disse...

E assim se explicam muitas reviravoltas da HISTÓRIA. Mas um dia o POVO há-de acordar. Beijos.

Pedro disse...

esse gajo também ganhou um prémio nobel qualquer, não foi?

samuel disse...

...mas como se pode ver, até aqui, há sempre pattettas que gosttam...

Abraço.

pintassilgo disse...

Tudo explicado, apenas os abortos da brava Natureza teimam em não perceber.

LGF Lizard disse...

É interessante ver como a nomenklatura comunista reage quando são corridos do poleiro pelo povo e perdem assim a vasta quantidade de privilégios que tinham. Os tais "terrenos, palácios, prédios" e outros que tais, confiscados ilegalmente e utilizados pela nomenklatura foram devolvidos aos legítimos donos. A nomenklatura que trabalhe, em vez de serem parasitas do povo. O sucedido na Europa de Leste só comprova que a liberdade é mais forte do que a tirania. Mesmo com gulags, KGB's, STASI's, repressão, invasões e mortes, os povos ocupados pela tirania comunista nunca deixaram de sonhar com a liberdade. Depois de quase 45 anos de tirania, essa tirania acabou.

Fernando Samuel disse...

Membro do Povo: a ligação entre tudo isto chama-se capitalismo.
Um abraço.

J.Z.Mattos& LGFLizard: Pois.

Graciete Rietsch Monteiro Fernandes: «e quando o povo acora é sempre cedo»...
Um beijo.

F.: se não ganhou, vai ganhar...
Um abraço.

samuel: Pois...
Um abraço.

pintassilgo: esses nunca perceberão.
Um abraço.

Maria disse...

Mais que explicado. E bem explicado!
E 'pois' também para o Samuel (caramba, não arranjo um 't')

Um abraço grande

Unknown disse...

Canalha é sempre canalha! de veludo ou de cacete, de roubo em roubo, cumprindo sempre, umas vezes de veludo e outras de matraca, os supremos desígnios da nomenklatura capitalista: acumular,acumular sempre, com veludo ou com metralha, imensas riquezas à custa da exploração de quem trabalha.
Manuel Rodrigues

Ana Camarra disse...

Assim de mansinho...

Fernando Samuel disse...

Manuel Rodrigues: ora aí está como por outras palavras se pode dizer o mesmo - e com rigor.
Um abraço.

Ana Camarra: para que não se saiba...
Um beijo.