POEMA

CANÇÃO


Tinha um cravo no meu balcão;
veio um rapaz e pediu-mo
- mãe, dou-lho ou não?

Sentada, bordava um lenço de mão;
veio um rapaz e pediu-mo
- mãe, dou-lho ou não?

Dei um cravo e dei um lenço,
só não dei o coração;
mas se o rapaz o pedir
- mãe, dou-lho ou não?


Eugénio de Andrade
(«Primeiros Poemas» - 1940-1944)


(Tal como os outros poetas aqui homenageados, Eugénio de Andrade é um visitante assíduo do Cravo de Abril.
A selecção de poemas de que hoje se inicia a publicação seguirá o percurso poético do Autor desde os seus «Primeiros Poemas», pelo que poderá vir a ser um pouco mais extensa do que as anteriores)

5 comentários:

Maria disse...

Tão lindo, tão... juvenil...
Haja poesia, que Eugénio pode estar aqui todos os dias.

Um beijo grande

samuel disse...

Parece-me que todos (até a mãe) vão no bom caminho.

"...pelo que poderá vir a ser um pouco mais extensa do que as anteriores."

E dizes isso como se fosse um possível problema para algum de nós... :-)))

Abraço.

amigona avó e a neta princesa disse...

Iremos lendo a a ti apenas temos que agradecer...um beijo...

Fernando Samuel disse...

Maria: e vai estar durante uns 15 dias...
Um beijo grande.

samuel: é que este Eugénio é... infindável...
Um abraço.

amigona avó e a neta princesa: um beijo muito amigo.

Ana Camarra disse...

A primeira vez que conheci este foi cantado, pela Maria do Amparo...

beijos