Os jornais dão notícia de um documento ontem divulgado, intitulado «Compromisso à Esquerda» e subscrito por mais de uma centena de pessoas.
É intenção declarada dos subscritores pressionar um entendimento entre «os partidos de esquerda» visando «encontrar uma solução estável de governo».
Isto porque, dizem os mesmos subscritores, «o resultado das eleições legislativas permite afirmar com clareza que os portugueses recusaram a hegemonia neo-liberal, dando o seu voto maioritariamente à esquerda» - entendendo por «esquerda» o PS, o BE e o PCP/CDU.
Esse entendimento poderia, sempre segundo os referidos subscritores, assumir a forma de «coligação ou de acordo de incidência parlamentar» - modalidades que «são muito comuns na Europa Ocidental», enquanto que em Portugal, «há mais de 30 anos que as esquerdas continuam incapazes de se entender para gerarem soluções de governo».
A meu ver, este «Compromisso à Esquerda» padece de uma sucessão de equívocos, a começar por aquele que é o pai de todos os que se lhe seguem: considerar o PS um partido de esquerda.
Partir dessa premissa profundamente errada só pode conduzir a conclusões profundamente erradas - e não há malabarismos de linguagem que iludam essa realidade, como a leitura do «Compromisso» evidencia.
Só quem queira fechar os olhos (ou deixar que lhos fechem) ao que tem sido a prática do PS desde há, pelo menos, 33 anos , é que pode olhar para o partido de Soares, Guterres, Sócrates... e ver um partido de esquerda.
Basta recordar o papel por ele desempenhado enquanto líder da contra-revolução; a sua entusiástica acção pioneira na implementação da política de direita contra Abril; a sua constante disponibilidade para entendimentos com os partidos da direita e a sua constante indisponibilidade para entendimentos à esquerda - num caso e noutro, sublinhe-se, para melhor levar por diante a política de direita ao serviço do grande capital nacional e internacional.
A meu ver, considerar o PS um partido de esquerda é, na situação actual, o pior serviço que pode ser feito à Esquerda - e o melhor serviço que pode ser feito ao PS-executante-da-política-de-direita.
É intenção declarada dos subscritores pressionar um entendimento entre «os partidos de esquerda» visando «encontrar uma solução estável de governo».
Isto porque, dizem os mesmos subscritores, «o resultado das eleições legislativas permite afirmar com clareza que os portugueses recusaram a hegemonia neo-liberal, dando o seu voto maioritariamente à esquerda» - entendendo por «esquerda» o PS, o BE e o PCP/CDU.
Esse entendimento poderia, sempre segundo os referidos subscritores, assumir a forma de «coligação ou de acordo de incidência parlamentar» - modalidades que «são muito comuns na Europa Ocidental», enquanto que em Portugal, «há mais de 30 anos que as esquerdas continuam incapazes de se entender para gerarem soluções de governo».
A meu ver, este «Compromisso à Esquerda» padece de uma sucessão de equívocos, a começar por aquele que é o pai de todos os que se lhe seguem: considerar o PS um partido de esquerda.
Partir dessa premissa profundamente errada só pode conduzir a conclusões profundamente erradas - e não há malabarismos de linguagem que iludam essa realidade, como a leitura do «Compromisso» evidencia.
Só quem queira fechar os olhos (ou deixar que lhos fechem) ao que tem sido a prática do PS desde há, pelo menos, 33 anos , é que pode olhar para o partido de Soares, Guterres, Sócrates... e ver um partido de esquerda.
Basta recordar o papel por ele desempenhado enquanto líder da contra-revolução; a sua entusiástica acção pioneira na implementação da política de direita contra Abril; a sua constante disponibilidade para entendimentos com os partidos da direita e a sua constante indisponibilidade para entendimentos à esquerda - num caso e noutro, sublinhe-se, para melhor levar por diante a política de direita ao serviço do grande capital nacional e internacional.
A meu ver, considerar o PS um partido de esquerda é, na situação actual, o pior serviço que pode ser feito à Esquerda - e o melhor serviço que pode ser feito ao PS-executante-da-política-de-direita.
12 comentários:
Concordo plenamente. Beijos
Sim, também fico incrédula (pasma!) quando afirmam a pés juntos que o ps é um partido de esquerda. São os "equívocos" da política mediática...
beijos,
Exactamente!
(o que tu descobres nos jornais...)
Um beijo grande
Eu não compro jornais e, portanto, não aturo cretinices que consideram o PS, partido de soares, Partido de Sampaio ou Partido de Sócrates, como sendo de esquerda. Já me basta aturar isso quando de vez em quando ligo a televisão.
Hás-de arranjar muitos amigos (no PS) com esse feitio! Mas as coisas são o que são... e têm que ser ditas!
Abraço.
Boa.
Parece-me mais um compromisso canhoto...
Abraço
Compromissos destes, querem acima de tudo descaracterizar e dividir o PCP, fazendo-nos ceder a nossa verticalidade ideológica em prol de um qualquer esquerdismo de fachada socialista capaz de chegar ao governo, mas que contém em si todo um conteúdo de cedência e compromisso com a classe dominante. Tudo isso cheira muito a BE e merece uma resposta apenas: Muito Obrigado, mas NÃO!
Acresce que este nosso PS, na cavalgada geral dos partidos social-democratas para a direita, se destaca como um dos mais fogosos... A justificar inteiramente, desde já, a designação de partido da direita "socialista".
Não conheço os nomes dos subscritores de tal "Compromisso", mas é bem capaz de ser mais uma iniciativa/calçadeira, para a governança reaccionária de Sócrates. Afinal, será certo que esse fantasioso governo das "esquerdas" não se fará "exclusivamente porque o PC não quis..." Para gáudio geral de todos eles - PS, BE, "Renovadores" e tutti quanti.
Abraço.
...nem mais!!! está tudo dito!!!
Ps é um partido social-democrata!! já Álvaro Cunhal o afirmou, ainda como Secretário-Geral num comicio na Festa do Avante de 199?, que o partido socialista devia assumir-se, de uma vez por todas, como um partido social-democrata!!!
é uma pena!! mas é assim...
por isso, quando o Povo quiser, estamos prontos para Governar à Esquerda!!!
a luta continua!!!
Era só o que faltava! Deixar que nos comessem as papas na cabeça.
Com trabalhão que tivemos para acabar com a maioria absoluta, íamos agora viabilizar o governo do meio engenheiro. E para fazer o quê? Mais do mesmo, não, obrigada.
Campaniça
Tudo o que eu vejo é uma intenção de coligação (fútil) entre a esquerda social democrata (BE) e a direita liberal (PS),ambas encapuçadas de marxistas. Podia-lhes correr bem não fosse o facto do PCP continuar a crescer - e o CDS ter atraído os votos dos "sociais-democratas" descontentes com a falta de conteúdo da Manuela Ferreira Leite; e o que lhes doí mais sabemos nós bem: não paramos de crescer nem desistimos de lutar, algo a que já deveriam estar habituados, mas, quais crianças mimadas que tudo conseguem fazem birra quando surge uma contrariedade aos seus desígnios.
Concluo portanto que esta tentativa (fútil) de obter uma maioria de "esquerda" foi portanto sabotada mais uma vês pelo grande partido que há quase 90 anos é «a» oposição às políticas da direita (quer assumidamente fascistas, quer "democratas"): o PCP, que no entanto será o bode expiatório quando se fizer a nova coligação de direita PS\CDS que levará o governo a tomar medidas de direita (planeadas há já 30 anos).
Já dá para antever as manchetes dos jornais, mas com essas podemos nós bem, compactuar com medidas de direita por mais à "esquerda" que estejam... isso é que não!
Unidos venceremos!
Graciete Rietsch Monteiro Fernandes: um beijo.
smvasconcelos: equívocos ao serviço da política de direita.
Um beijo.
Maria: nem sabes o que me custa lê-los...
Um beijo grande.
Antuã: eu raras vezes vejo televisão, mas... leio os jornais: é a mesma coisa...
Um abraço.
samuel: sim, desse lado não me virão grandes amizades...
Um abraço.
do zambujal: canhoto e estrábico: os olhos parecem virados para a esquerda, mas estão fixos na política de direita...
Um abraço.
Nelson Ricardo: é essencialmente um «compromisso com a política de direita».
Um abraço.
filipe: «iniciativa-calçadeira»: bem visto. Os subscritores são... mais do mesmo...
Um abraço.
maria povo: o PS tem sido sempre o grande líder da política de direita...
Um beijo.
Campaniça: é fértil, a imaginação dos defensores da política de direita...
Um beijo.
Membro do Povo: é mais ou menos isso...
Um abraço.
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