«A notícia caiu como um raio e iluminou o mundo inteiro»: é assim, nesta prosa carregada de reminiscências bíblicas, que Mário Soares inicia a sua oração de louvor a Obama-Prémio-Nobel-da-Paz.
O texto é um autêntico ditirambo ao Presidente norte-americano, em cuja «capacidade política para conduzir e liderar não só os Estados Unidos, mas também o mundo» o pai da contra-revolução de Abril deposita toda «a sua confiança».
Logrando ver em Obama o que mais ninguém vê - e envolvendo-o em tanta luz, tanta luz... - Soares afirma-se como um autêntico vidente, porventura com direito às prerrogativas que a tal condição são devidas.
Temos, então, segundo Soares, o mundo inteiro iluminado pelo raio do Nobel da Paz...
O mundo inteiro?
Não!
Há, pelo menos, um pequeno recanto - algures ali para os lados do Zambujal... - onde, pelo menos até agora, o frémito de luz soarista não chegou: Fátima.
Fátima?: Nem mais nem menos: Fátima!.
Fátima, onde decorreu nos últimos dias a Peregrinação Internacional Aniversária com a presença de 100 mil pessoas - mas onde os vendedores de artigos de religião estão mergulhados em cerrada escuridão, sem que uma luz, fraquinha que seja, surja ao fundo do túnel da sua desventura.
Fátima, onde, sabe-se lá por que raio de contra-milagre, a ausência de luz - das luzes: a anunciada por Soares e a anunciada pelos videntes - teima em fazer a vida negra aos vendedores de religiosidades, cujos lamentos ecoam assim: «Isto está fraco»; «Está a ser muito difícil vender a imagem da irmã Lúcia»; «A imagem mais idosa não se vende, porque as pessoas preferem ver a irmã Lúcia com os pastorinhos, quando todos eram crianças»; «E as imagens do Papa Bento XVI», essas, então, «não têm mesmo saída».
Posto isto, que fazer?
Aceitam-se sugestões. De preferência luminosas.
Por mim, acho que os vendedores de artigos de religião deveriam acrescentar ao seu stock de vendas a imagem desse vidente dos tempos actuais que é Mário Soares.
Com a certeza de que, sendo o dito o que é - e dada a sua longa experiência de vendilhão de si próprio - a sua imagem rapidamente atingirá o top de vendas.
O texto é um autêntico ditirambo ao Presidente norte-americano, em cuja «capacidade política para conduzir e liderar não só os Estados Unidos, mas também o mundo» o pai da contra-revolução de Abril deposita toda «a sua confiança».
Logrando ver em Obama o que mais ninguém vê - e envolvendo-o em tanta luz, tanta luz... - Soares afirma-se como um autêntico vidente, porventura com direito às prerrogativas que a tal condição são devidas.
Temos, então, segundo Soares, o mundo inteiro iluminado pelo raio do Nobel da Paz...
O mundo inteiro?
Não!
Há, pelo menos, um pequeno recanto - algures ali para os lados do Zambujal... - onde, pelo menos até agora, o frémito de luz soarista não chegou: Fátima.
Fátima?: Nem mais nem menos: Fátima!.
Fátima, onde decorreu nos últimos dias a Peregrinação Internacional Aniversária com a presença de 100 mil pessoas - mas onde os vendedores de artigos de religião estão mergulhados em cerrada escuridão, sem que uma luz, fraquinha que seja, surja ao fundo do túnel da sua desventura.
Fátima, onde, sabe-se lá por que raio de contra-milagre, a ausência de luz - das luzes: a anunciada por Soares e a anunciada pelos videntes - teima em fazer a vida negra aos vendedores de religiosidades, cujos lamentos ecoam assim: «Isto está fraco»; «Está a ser muito difícil vender a imagem da irmã Lúcia»; «A imagem mais idosa não se vende, porque as pessoas preferem ver a irmã Lúcia com os pastorinhos, quando todos eram crianças»; «E as imagens do Papa Bento XVI», essas, então, «não têm mesmo saída».
Posto isto, que fazer?
Aceitam-se sugestões. De preferência luminosas.
Por mim, acho que os vendedores de artigos de religião deveriam acrescentar ao seu stock de vendas a imagem desse vidente dos tempos actuais que é Mário Soares.
Com a certeza de que, sendo o dito o que é - e dada a sua longa experiência de vendilhão de si próprio - a sua imagem rapidamente atingirá o top de vendas.
11 comentários:
E porque não vender a imagem dos 100 000 profetas que anunciaram (e anunciam) a morte do Partido Comunista Português e o fim do Marxismo-Leninismo?
E porque não vender a imagem de S. Obama? Era capaz de ter saída..
Com todo o respeito, como diria Manuel Monteiro, trata-se apenas de convencer as pessoas de que o Obama é virgem e de que Mário Soares é pastorinho... os bonecos vender-se-ão como castanhas no S. Marinho, perdão, Martinho.
Abraço.
Nem de propósito este assunto (nobel, ms, etc.) foi tema de um almoço aqui no oeste, com Amigos do Zambujal. Tens de vir cá comer arroz de bochechas de tamboril e camarão...
Quanto ao resto, é a crise... mas também quem é que quer este papa lá em casa?
Um beijo grande
Tal como as suas congéneres religiosas, consta-se que as vendas de imagens de S. Lenine e de S. Estaline já tiveram melhores dias.
Aliás, se Leninegrado mudou de nome e se chama agora S. Petersburgo, também Lenine deveria mudar de nome e chamar-se São Pedro...
Marocas o Pastorinho.
Ó reptil LGF,
És capaz de ter razão no assunto das vendas... quem sabe? Agora certo , certo, é que não se diz nem escreve "consta-se". "Registastes?"
Bom, ideias, para já era contratar o Mário para a tertúlia cor de rosa, depois aproveitar e com um desconto vantajoso fazer a próxima gala de passagem de ano com as suas previsões, num programa apresentado por Herman, com uma entrevista especial dos Felinos Mal Cheirosos.
O Prémio Nobel da Paz, pois...já foi atribuido ao Reagan depois disso ficou como o preto da sorte, banal corriqueiro e nada milagreiro.
Por fim o Obama ainda irá de joelhos ao Vaticano fazer uma novena e esse outro arauto da Paz, o Nuno de Santa Maria, só estou á espera que atribuam o Grammy ao Quim Barreiros, o Òscar ao Stallone, o Prémio Pessoa á Carolina Salgado!
Beijos
Membro do Povo:é uma ideia...
Um abraço.
Aristides: de facto, a imagem de Obama é a que está a ter mais saída...
Um abraço.
samuel: e convencer as pessoas disso não há-de ser difícil...
Um abraço.
Maria: quem me dera lá ter estado!...
Um beijo grande.
LGF Lizard: Pois.
Antuã: ou pastorão?...
Um abraço.
Ana Camarra; e para o Valentim Loureiro, nada?...
Um beijo.
Grande post!
São todos. Mas este, com aquela de ali ao pé do Zambujal, deixou-me em estado de graça...
Grande abraço. Aparece. Pode chegar-se cá sem passar por Fátima.
do Zambujal: um dia destes (brevemente) vou visitar-vos.
Abraço grande.
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