SOBRE O CAMINHO
Nada
nem o branco fogo do trigo
nem as agulhas cravadas na pupila dos pássaros
te dirão a palavra
Não interrogues não perguntes
entre a razão e a turbulência da neve
não há diferença
Não colecciones dejectos o teu destino és tu
Despe-te
não há outro caminho
Eugénio de Andrade («Véspera da Água» - 1972-1973)
7 comentários:
Ai este Eugénio...
Como ele escrevia!
Um beijo grande
Sermos nós mesmos, coerentes com as nossas convicções, no seguimento do nosso caminho...
Claro, "não há outro caminho"!
beijos,
Caminhar. Sem artifícios...
Abraço.
Não há mesmo!
Beijo graaaaaaaaaaande
Existe sempre outro destino. Sempre. Existe sempre o caminho da liberdade. Mas às vezes é muito mais fácil seguir o caminho da opressão, da falta de liberdade, dos presos políticos, da polícia política... o tal caminho do "homem novo", que deve ser criado e construído, nem que para tal se tenha de sacrificar milhões de vidas inocentes.
Grande Eugénio!Tinha muita razão Enes Skrgo. Nós temos "muito mais do que bons futebolistas". Esta espantosa beleza poética à mistura com uma profunda visão do mundo e da vida. É claro que para confirmar a regra, também tínhamos que ter alguma "enxúndia"...Mas, convenhamos, não é essa que determina o caminho (mesmo que o tente influenciar)
Maria: tudo tão simples, não é?...
Um beijo grande.
smvasconcelos: primeiro, escolher o caminho; depois, segui-lo...
Um beijo.
samuel: sim: caminhar.
Um abraço.
Ana Camarra: tu o dizes.
Um beijo.
LGF Lizard: Pois.
Manuel: vou ver se consigo fazer chegar alguns livros do Eugénio ao Enes Skrgo...
Um abraço.
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