POEMA

MANHÃ

Bom dia - diz-me um guarda.
Eu não ouço... apenas olho
das chaves o grande molho
parindo um riso na farda.

Vómito insuportável de ironia
Bom dia, porquê bom dia?

Olhe, senhor guarda
(no fundo a minha boca rugia)
aqui é noite, ninguém mora,
deite esse bom dia lá fora
porque lá fora é que é dia!

Luís Veiga Leitão

5 comentários:

Maria disse...

Mais um autor que me dás a conhecer.
Obrigada!

Um beijo

samuel disse...

Ele há novidades assim!...
Algo me diz que dentro deste homem era sempre dia... fosse "lá fora" ou não.

Fernando Samuel disse...

maria: um dia destes vou voltar a ele...

Um beijo.

samuel: algo te diz... bem...

Um abraço.

Justine disse...

Gosto muito da raiva irónica mas doce do Luís Veiga Leitão. Venham mais...:))

Fernando Samuel disse...

justine: «raiva irónica mas doce»: foi mais ou menos isso que eu disse um dia destes, quando tive o imenso prazer de fazer a apresentação da Poesia Completa do Luís Veiga Leitão...

Um beijo grande.