HISTÓRIAS CURTAS

«ELES CONTAM CADA HISTÓRIA...


Um caixeiro-viajante, num acesso de loucura, saltou do alto da ponte de Brooklyn e foi salvo por um polícia. Mas não precisou de muito tempo para vender a sua ideia ao polícia - e saltaram os dois do alto da ponte.

Um dos homens do petróleo, no paraíso, fez correr o boato de que havia petróleo no inferno.
Os outros homens do petróleo partiram para o inferno a toda a pressa.
Pensando na atoarda que lançara, disse de si para consigo que apesar de tudo talvez lá houvesse qualquer coisa - e a toda a pressa partiu para o inferno.

«O número 42, que é o meu número, vai ganhar a próxima lotaria».
E quando o 42 saíu, perguntaram-lhe se acertara por intuição ou se tinha qualquer sistema.
Respondeu que era senhor de um sistema: «Peguei no velho album de família, abri-o e, na página 7, encontrei o meu avô e a minha avó; os dois na página 7. Disse com os meus botões: é tão fácil: 7 vezes 7 é o número, e 7 vezes 7 dá 42».

Uma vez, um marinheiro náufrago agarrou-se à porta de um beliche e flutuou horas e horas nas trevas até ao momento em que uma mão salvadora lhe lançou uma corda.
Então ele gritou em plena escuridão: «Que terra é esta?».
Responderam-lhe: «New-Jersey».
Ao ouvir aquilo, agarrou-se outra vez à porta do beliche e retorquiu, com certa lassidão na voz: «Acho que vou continuar a flutuar até um pouco mais adiante.»

Isto conta-se em Chicago, como também aquela da vaca de Mrs. O'Leary que, com uma patada, fez tombar o candeeiro que provocou o grande incêndio de Chicago; ou a do turista da Geórgia, Robert Toombs, que mandou a um compincha de Atlanta o seguinte telegrama: «Chicago está a arder, toda a cidade é pasto das chamas. Deus seja louvado!».


Carl Sandburg

4 comentários:

Anónimo disse...

Essa do caixeiro viajante, se actual, perde o seu significado quanto à eficácia profissional do sobre-dito, pois as actuais circunstâncias muito o ajudam... deus seja louvado!
Onde as foste desencantar?
Um abraço

samuel disse...

O diabo é que se abrirmos os jornais, uma grande parte das notícias e histórias é ainda mais "parva" do que estas. A realidade não dá tréguas à ficção!...

Abraço

Maria disse...

Enquanto lia estas estórias que eles contam, veio um senhor aqui à televisão dizer umas palavras, não sei se tontas, mas ele disses para a Rússia ficar quieta e não mexer na Georgia (mais ou menos isto...).
O homem parecia um macaco. Até coçou na orelha nos 3 minutos que falou...

Se isto não fosse grave, daria para sorrir...

Um beijo grande

Fernando Samuel disse...

zambujal: são uma oferta do O'Neill, corria o ano de 1969...
Um abraço grande.

samuel: não há ficção que iguale a realidade...
Um abraço grande.

maria: mesmo sendo grave dá para sorrir...
Um beijo grande.