SONETO DO DIFÍCIL RETORNO (1)
Se fores a Portugal, um dia, se
pisares aquele chão, diz-lhe que aguarde
o difícil retorno deste que
nunca pensou voltar assim tão tarde.
Mas houve temporais e lutas e
se a batalha foi ganha sem alarde,
nunca foi sem alarde a raiva de
um inimigo oculto, hostil, cobarde.
Atravessei os mares e os continentes,
conheci outras línguas, outras gentes,
mas a minha poesia é lá que vive.
É lá que sou poeta e na verdade
a minha volta é só formalidade.
- Voltar não voltarei. Sempre lá estive.
Sidónio Muralha
(«Que Saudades do Mar» 1971)
5 comentários:
Há de facto muitos quem nunca estão ausentes...
Abraço.
Estamos sempre onde devemos, queremos e amamos estar. Independentemente se vamos por aí, por outros rios acima...
Um beijo grande.
O poema diz tudo. Não encontro palavras para um comentário.
Beijos.
Um poema tão sentido que comove.
Tão bom vir aqui, ler sempre tão belos poemas.
Bjs,
GR
samuel: e são esses os que contam...
Um abraço.
Maria: estamos no NOSSO lugar.
Um beijo grande.
Graciete Rietsch: um beijo.
GR: espero por ti, sempre.
Um beijo muito amigo.
Enviar um comentário