EPITÁFIO
A Pátria, de olhos sem fundo como dois buracos,
vela o teu corpo e põe-te uma promessa nas mãos frias...
- tu que foste a força dos fracos,
tu que foste maior que todas as poesias.
Tu, puro e oculto como as cisternas de água,
tu que eras presente e invisível como a aragem,
tu que continuas a ligar-nos pela mágoa
como sempre o fizeste pela coragem.
Por todo o sofrimento, por todas as desgraças,
e em nome das madrugadas que rasgam as vidraças,
a Pátria põe-te uma promessa nas mãos frias.
Largos versos irrompem no teu silêncio de granito,
e tu vives inteiro em cada grito,
tu que foste maior que todas as poesias.
Sidónio Muralha
(«Companheira dos Homens» - 1950)
8 comentários:
Ao ler este belíssimo poema, veio-me á memória os Heróicos Resistentes assassinados pela PIDE que não morreram em vão!
Bjs,
GR
De quem se trata não sei, sei de quem se poderia tratar, e são muitos...
Um abraço.
GR e CRN: este poema de Sidónio Muralha foi dedicado a Soeiro Pereira Gomes - e foi escrito quando da morte do autor de Esteiros.
Um beijo e um abraço.
Obrigada querido camarada por nos relembrares esta tão grandiosa homenagem a Soeiro Pereira Gomes.
Abraços.
Promessa que tudo faremos por cumprir.
Grande poema!
Abraço.
Fico sem palavras perante a intensidade deste poema. Obrigada por o teres publicado!
Um beijo grande.
Grande poema!...
(não sabia que tinha sido dedicado ao Soeiro, que lindo, lindo e mais que merecido tributo!)
beijo,
Graciete Rietsch: o nosso obrigado vai para o Poeta.
Um beijo, camarada.
samuel: e que cumpriremos.
Um abraço.
Maria: um beijo grande.
smvasconcelos: e eu só soube muito recentemente.
Um beijo.
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