Ó DIABO!...

Sócrates prossegue a comemoração dos 100 dias do seu actual Governo, assim tentando vender a falsa a ideia de que há coisas boas para comemorar...
E assim prosseguindo, também, a farsa de fingir que, antes destes 100 dias, não esteve lá quatro anos - e que, antes desses quatro anos, não estiveram lá, anos e anos, outros governos PS...

Mas adiante: ao encontro com a Sociedade Civil no CCB, seguiu-se, ontem, o «encontro com 100 jovens» - tantos quantos os dias que estão em comemoração.
Os jovens eram «oriundos de diferentes áreas» e tiveram direito a fazer uma pergunta cada um - perguntas às quais Sócrates respondeu em tom comemorativo...
Mas também - atenção! - reconhecendo que, até agora, o seu Governo «negligenciou a cultura».
A autocrítica, que peca por repetitiva..., foi produzida em resposta a um jovem oriundo da área da cultura que, por sinal, lhe colocou uma pergunta da qual já sabia a resposta e que dava para o primeiro-ministro brilhar...
Sócrates iniciou assim a resposta:«Como é que você disse que se chama? Jorge?».
O jovem - que se chama José Luís Peixoto e é escritor - lá o esclareceu e a coisa compôs-se.

Acontece que, José Luís Peixoto, para além de jovem, é um escritor credenciado, aplaudido pela crítica e com livros publicados em vários países, e o facto de Sócrates o desconhecer foi notado...
Daí a entrevista do Diário de Notícias ao jovem escritor, o qual, sobre a ocorrência, concluiu assim: «O facto de o primeiro-ministro não me conhecer é sinal de falta de atenção à cultura».
Bom, a conclusão parece-me um tanto precipitada e, até, um tanto... egocêntrica, digamos assim... mas, enfim, percebe-se que o escritor - um dos 100 jovens convidados por Sócrates para comemorar os 100 dias - esperasse que quem o convidou soubesse quem estava a convidar...
Mas a verdade é que quem aceita convites de gente duvidosa sujeita-se às consequências.
Quero eu dizer com isto que se José Luís Peixoto tivesse declinado o convite não teria passado pela vergonha de vir a saber que quem o convidou não sabia quem ele era...

É claro que, ao que parece, o jovem escritor não vê as coisas como eu as estou a ver - e longe de mim a ideia de lhe negar o direito de ver o que vê.
De facto, à pergunta do DN sobre o que pensava destes 100 dias de Governo Sócrates, José Luís Peixoto respondeu que «Ainda é cedo para fazer um balanço».
«Ainda é cedo»?
: ó diabo!...
E a idêntica pergunta - neste caso sobre a prestação da ministra da Cultura Gabriela Canavilhas - o escritor respondeu que «Cem dias não chegam para fazer uma avaliação. Por agora, temos esperança».
«Temos esperança»?: ó diabo!...

8 comentários:

poesianopopular disse...

Então - diz lá que não estão bem um para o outro!
Aqueles 100 sacos de farinha devem ser todos da mesma série.
Penso eu deque!
Um abraço com sorriso de ombro aombro.

do zambujal disse...

É pá, só tiros nos pés... mas as muletas amparam-nos.
Esta de convidar o José Luís Peixoto e perguntar se o jovem (!?) se chama Jorge lembram-me os concertos para violino do Chopin ou os festivais de Beirute que são em Bayreuth.
É a kultura!

Abraço amigo

António disse...

A cultura do Socretino veio por fax.

Graciete Rietsch disse...

Ridículo comemorar 100 dias depois dos 4 anos que deram o resultado que se viu e se está vendo.
Um abraço.

Maria disse...

Parece rabo escondido com gato de fora. Ó Diabo......

Um beijo grande.

João Henrique disse...

Os 100 dias da nossa indignação.

Abraço.

samuel disse...

Andava há tanto tempo sem saber que "partida" pregar ao José Luis Peixoto para lhe "pagar" uma crónica sobre a Geração de Abril, que o jovem escreveu para a Visão, há uns tempos... o Sócrates antecipou-se.
Ficaram os dois "muito bem" na fotografia! :-)))

Abraço.

svasconcelos disse...

Nem o PM, parece-me, é homem para ler um José Luís Peixoto, nem este me parece saber fazer avaliações ao governo... são só 4 anos, afinal, não é? Muito cedo para se avaliar um desempenho governativo...
Adorei-a e vou rematar com a tua expressão, "ó diabo!".
beijo,