POEMA

TELEGRAMA AO POETA


Poeta, mantém o estado de vigília,
está atento, não adormeças.
Quando os pássaros dormem
as plumas são fofas
mas o canto é ausente
as asas inúteis

e as cabeças decapitadas.


Sidónio Muralha

(«Que Saudades do Mar» - 1971)

5 comentários:

samuel disse...

Infelizmente, há tantos poetas fofos... decorativos.
Tão bem instalados que já nem dão pela falta do canto, nem das asas, nem da cabeça.

Abraço.

Maria disse...

É preciso estar alerta!
(e que saudades do mar...)

Um beijo grande.

Justine disse...

Não só os poetas...

Graciete Rietsch disse...

Grande Sidónio Muralha. De facto para que servem as asas se as esquecemos, envolvidos nas plumas?
Um grande abraço.

Fernando Samuel disse...

samuel: é o que por aí não falta...
Um abraço.

Maria: o MAR!
Um beijo grande.

samuel: pois não, pois não...
Um beijo.

Graciete Rietsch: é isso.
Um beijo.