O TEMPO É DE GUERRA

Diz a notícia que quando do encontro Bush/Ehud Olmert, em Jerusalém, em Maio deste ano, o primeiro-ministro israelita «pediu autorização» a Bush para proceder a «uma operação de bombardeamento do Irão».
Este «pedido de autorização» é por demais elucidativo quanto ao papel de dono e polícia do mundo desempenhado pelos EUA e quanto à aceitação desse papel por parte dos seus incondicionais apoiantes e cúmplices.
O caso confirma, ainda, que todos os brutais crimes até hoje praticados pelos governos fascistas de Israel foram previamente «autorizados» pelos governos dos EUA.

Segundo a mesma notícia, desta vez Bush respondeu negativamente ao pedido de Israel.
Por duas razões:
1 - o receio de uma série de ataques de represália por parte do Irão - que poderiam atingir militares norte-americanos no Iraque e no Afeganistão; e
2 - a consideração de que uma só operação de bombardeamento não chega: são necessários, segundo Bush, «vários dias de ataques», o que, no quadro actual, poderia comportar o risco de uma guerra total - ou seja: neste caso, «os benefícios não compensariam os custos», por isso a autorização foi negada.

Anote-se a forma fria, calculista, desapiedada, totalmente desprovida de quaisquer sentimentos humanos, com que o problema é abordado por todos os seus intervenientes - aí incluídos os média dominantes que contam tudo isto sem sequer o esboço de um registo crítico, antes pelo contrário, como coisa natural e boa.

Entretanto, ontem, o historiador isrelita Ze'ev Sternhell - um dos mais prestigiados intelectuais do país, membro do Movimento Peace Now e que tem vindo a criticar a colonização dos territórios ocupados - foi hospitalizado por efeito da explosão de uma bomba na sua residência.
Os bombistas espalharam panfletos nos quais ofereciam um prémio de 220 mil euros a quem «assassinar membros do Movimento Peace Now».

Ou, como, há mais de dois séculos, dizia o Voltaire: «É perigoso estar certo quando o governo está errado»...

6 comentários:

Anónimo disse...

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até à morte o direito de você dizê-las".
Voltaire

samuel disse...

Extremamente perigoso!

Anónimo disse...

A desumanidade que se apoderou da comunicação social é execrável.

Fernando Samuel disse...

maria teresa: estes enciclopedistas sabiam do que falavam...

samuel: ... o que leva muitos, infelizmente, a não quererem correr perigos...

antuã: ou talvez mais do que isso...

Anónimo disse...

"Uma colectânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males" Voltaire

P.S.- Não resisti!

Fernando Samuel disse...

maria teresa. e fez ebm em não resistir...