SEM MÁCULA

A Santa Igreja Católica chafurda na pedofilia.
Todos os dias vêm a público novos casos envolvendo bispos e padres pedófilos nos mais diversos países - de tal forma que quase pode dizer-se: onde há Igreja Católica há pedofilia...
A agravar a já grave situação, o Vaticano, por norma, silencia esses crimes abjectos, só os reconhecendo quando eles entram no domínio público, altura em que, por vezes, ensaia um tímido pedido de desculpa às vítimas - tão tímido que quase não se dá por ele...

Os jornais de hoje relatam o caso de um padre norte-americano - Lawrence Murphy, professor, nos anos 90, numa escola para deficientes auditivos, no Wisconsin - que abusou de 200 crianças surdas.

Os abusos - que eram cometidos «no escritório do padre, no seu carro, na casa de campo da mãe, nas excursões e nos dormitórios» - foram denunciados a quem de direito: o responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé que, era, na altura o Cardeal Ratzinger.
Este, acabaria por decidir não sancionar o padre.

Diz o New York Times que a correspondência então trocada entre bispos norte-americanos e o Cardeal Ratzinger mostra que «a preocupação central foi não a de punir o padre mas a de proteger a Igreja do escândalo».
Assim, o padre Murphy - pedófilo, abusador de 200 criaças - «morreu em 1998 sem mácula no seu registo sacerdotal».

E tudo indica que o destino reservado pelo Vaticano a todos os padres pedófilos é o de morrerem sem mácula.
Tanto mais que, segundo o cardeal português José Saraiva Martins - ex-presidente da Congregação para a Causa dos Santos - todas as notícias vindas a lume sobre padres e bispos pedófilos, não passam de «uma conspiração contra a Igreja Católica» - uma espécie de cabala ou de campanha negra, digo eu...

E é invocando a família que o cardeal Martins justifica... tudo.
Diz ele, aprovando o silenciamento dos crimes: «não devemos ficar demasiado escandalizados se alguns bispos sabiam e mantiveram segredo. É isso que acontece em todas as famílias».
E acrescentou, pragmático: «não se lava a roupa suja em público».

Suja?: sem mácula, senhor cardeal, sem mácula.

9 comentários:

Maria disse...

São todos filhos das respectivas mães.
Como é possível um discurso destes? Fico sem palavras.

Um beijo grande.

filipe disse...

Desde ontem, buscando a designação mais apropriada para esta chafurdice, não encontro outra melhor: repugnante!
Tornou-se óbvio que, para muitos portugueses - católicos e não católicos -, a vinda a Portugal deste Rat(o)zinger será um acto ofensivo da nossa dignidade nacional.
Abraço.

samuel disse...

Ooops! Estou a ver que teremos que começar a "descombinar" os posts... :-)))
De qualquer modo, como já disseste, só se perdem as que caem no chão.

Abraço.

Anónimo disse...

justiça popular...JÁ!!!
neste vale tratamos bem deles.

Antuã disse...

É uma campanha negra. Os padres são todos muito castos.

svasconcelos disse...

Os comentários feitos por esta corja são absurdos, abomináveis mesmo! Quem é que pode confiar em tal instituição?!
beijo,

João Henrique disse...

Esta gente... teve, durante muito tempo, quase o domínio do mundo.
Em muitos casos ainda se comportam como tal.
Para mim, deviam comer apenas as batatas que semeiam.
Um abraço.

Graciete Rietsch disse...

É a "cabala" ou a "canalha" a funcionar!

Um beijo.

Fernando Samuel disse...

Maria: eles é que não ficam sem palavras...
Um beijo grande.

filipe: tens razão.
Um abraço.

samuel: assim sendo, é melhor não descombinarmos...
Um abraço.

vale: um abraço.

Antuã: castíssimos...
Um abraço.

smvasconcelos: tanta gente que ainda confia1...
Um beijo.

joão l.henrique: boa solução...
Um abraço.

Graciete Rietsch: ambas, talvez...
Um beijo.