Pedro d'Anunciação, no Sol, reportando-se à acção de Costa Martins como ministro do Trabalho dos governos de Vasco Gonçalves, diz que o agora falecido militar de Abril «ficou identificado com o que o gonçalvismo teve de melhor (no seu tempo adoptou o 13º mês de salário) e de pior (a forma pouco democrática com que se fizeram saneamentos e se prucuraram impor as posições comunistas)».
Para começar não está mal: uma no cravo, outra na ferradura - sendo que a da ferradura é, por parte do escriba, a retoma das velhas atoardas inventadas pela reacção e que, hoje, passados 35 anos continuam a ser usadas como se se tratasse de verdades absolutas, incontestáveis e incontestadas.
Logo a seguir, o escriba descobre que «o que o marcou mais negativamente (a Costa Martins) foi a sua campanha de "um dia de salário para a nação", segundo a qual os trabalhadores foram instados, com a pressão dos saneamento sobre eles, a trabalharem no domingo, dia 6 de Outubro, e a entregarem o vencimento desse dia ao Estado».
Ou seja: o escriba volta a pegar na palavra da reacção e dispara-a impiedosamente contra a verdade.
Embalado, acrescenta: «Sintomaticamente, o PCP lamentou agora a morte de Costa Martins, tendo Jerónimo de Sousa salientado que ele ficará ligado "às conquistas sociais do pós-revolução".
Ou seja: sintomaticamente, com este pedaço de prosa manhosa, o escriba mostrou o que valia e ao que vinha...
É claro que quem escreve assim, não poderia esquecer-se de repetir a maior e a mais ignóbil de todas as calúnias lançadas pelas forças da contra-revolução contra Costa Martins - e que serve de mote ao escriba para titular a sua prosa: «Costa Martins - O ministro gonçalvista que tropeçou na justiça».
E, como quem não quer a coisa, mas querendo, tropeçando na calúnia, o escriba escreve: «O deputado socialista António Arnaut garantiu mais tarde no Parlamento haver provas de que o ex-ministro desviara verbas do dia de salário e pediu uma investigação so assunto».
Ora bem: se o escriba quisesse - mas o escriba não quis... - poderia ter esclarecido desde logo que nem «o deputado socialista» nem ninguém tinha provas desse «desvio de verbas» - pela simples e incontornável razão de que não houve desvio nem de um centavo - como Costa Martins demonstrou inequivocamente.
Se o escriba quisesse - mas o escriba não quis... - poderia ter esclarecido desde logo que foi o próprio Costa Martins - e não «o deputado socialista», o qual lançou a calúnia e com isso se deu por satisfeito - quem obrigou a que tudo fosse esclarecido, numa atitude inédita e raras vezes vista antes ou depois.
E se o escriba quisesse - mas o escriba não quis... - poderia, ainda, incitar os leitores a proceder ao didáctico exercício de comparar a atitude de Costa Martins - tomando ele próprio a iniciativa de obrigar a que tudo fosse esclarecido e mostrando provas concretas da falsidade das acusações de que era alvo - com as atitudes dos que, hoje, se dizem vítimas de calúnias, de cabalas e etc.
A terminar - e cheio de motivos para se sentir satisfeito com a forma como cumpriu a tarefa - o escriba suja-se assim: «Mas a verdade é que a vida deste militar cheio de expedientes deixou realmente algumas sombras».
É MENTIRA: a verdade é que a vida deste militar é um exemplo de dignidade, de verticalidade, de coerência - tudo qualidades cuja existência, ao que parece, o escriba desconhece.
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19 comentários:
A verdade é que quando cada familia trabalhadora olha para o passado o tempo do Gonçalvismo foi o tempo onde tiveram férias (muitos pela primeira vez), onde comeram melhor, onde se sentiram mais dignos e onde sentiram o futuro a sorrir!
beijos
Um dia a História há-de ser escrita. Não falará desse escriba, mas falará, com certeza, desse DOMINGO DIFERENTE em que todos os que quiseram foram trabalhar. Voluntariamente. Sem medos. E foi um Domingo tão bonito...
Tomáramos nós que quem nos governa tivesse ao menos um pingo, apenas um pingo, da honestidade e verticalidade de Costa Martins.
Um beijo grande.
É uma canalhice!
Abraço.
Exactamente!
É isso mesmo (dirijo-te a ti e aos outros amigos que comentaram) .
Um grande abraço
Coitados dos velhos escribas egípcios, honestos escrivãos do faraó, comparados com esta gentalha que conspurca a escrita e abandalha a profissão de jornalista.
Salvé, a memória do valoroso Capitão de Abril, que os trabalhadores nunca esquecerão.
Abraço.
Eu tenho a certeza que ele conhece muito bem
Só que:-ele é pago para escrever mentiras absolutas!
Todos eles sabem que:-não é o lucro da venda dos pasquins para os quais escrevem, que sustenta os seus brutos salários!
Abraço
Costa Martins, quem está informado está contigo. os vermes escribas não são dignos de te limpar o pó dos sapatos.
Os Fascistas continuam vivos e estão integrados nos Partidos Políticos da Direita, e não perdoam a quem libertou o Povo e lhe tirou a mordaça!
E os falsos democratas não tinham outra maneira de subir na vida senão caluniando e lançando infamias sobre os Amigos do Povo. "Quiseram dividir para reinar", e arruinaram a vida e a carreira de um homem honesto e integro que foi o melhor Ministro do Trabalho que o Povo trabalhador já alguma vez teve. É isso que ficará para a História! Por mais que os inimigos da Liberdade e da Democracia tentem, não vão conseguir apagar o nome do Major Costa Martins como um dos principais obreiros da Revolução do 25 de Abril de 1974, e da instauração da Democracia, da Liberdade, e das grandes conquistas dos trabalhadores em Portugal.
Quem é crente, deve saber que Deus não dorme, e como diz o Povo "quem com ferros mata com ferros morre..."!!!
Se as calunias contra o Coronel Costa Martins partiram de elementos ligados ao Partido Socialista, agora, face às acusações de que certos "socialistas" estão a ser alvo deviam ter a coragem que o Coronel Costa Martins teve em exigir o apuramento da verdade disponibilizando contas bancárias e todos os meios de prova necessários para isso. Quem não deve não teme!
O Coronel Costa Martins e os Capitães de Abril viverão para sempre no coração dos portugueses.
L. Conceição
Há gente que suja tudo em que toca. E os truques de retórica que esta cambada usa com mestria para dizerem o que querem, fingindo que não o dizem.
Abraço camarada
SE os portugueses quisessem- e os portugueses vão querer- o exemplo de COSTA MARTINS e de muitos outros homens de ABRIL(permite-me destacar VASCO GONÇALVES,sem menosprezar qualquer um)teria permitido a construção de um POTUGAL VERDADEIRAMENTE DE ABRIL.
A calúnia é a arma de quem não tem razão e o caso de COSTA MARTINS é bem elucidativo.
Um beijo muito amigo, camarada.
O dito escriba é, para além do mais, cobarde. Com Costa Martins vivo, pagaria no tribunal, como outros pagaram, a difamação mil vezes repetida. Que vão para o diabo!
a história a ser reescrita. não com a verdade, mas com a «verdade» deles... fascistas (des)encapotados que não perdoam ABRIL. ainda que seja já quase só uma pedra no seu sapato.
abraço
Portugal, perdeu assim, um Homem de H grande.
No resto, os cães ladram e...
Um abraço
Ana Camarra: essa é a verdade, de facto.
Um beijo.
Maria: foi um Domingo NOVO...
Um beijo grande.
samuel: das grandes.
Um abraço.
do zambujal: um abraço também para ti.
filipe: um abraço grande, camarada.
poesianopopular: eles sabem tudo...
Um abraço.
Antuã: os vermes são... vermes.
Um abraço.
L.Conceição: de acordo.
Um abraço.
Aristides: são grandes especialistas na matéria...
Um abraço camarada.
Graciete Rietsch: a Revolução de Abril foi o momento mais luminoso da história do nosso País.
Um beijo.
joão Henrique Soares: e com ele fiquem...
Um abraço.
António Lains Galamba: Abril foi um grande susto para eles...
Um abraço.
joãol.henrique: ... a caravana passa...
Um abraço.
Estive para não intervir neste espaço, mas as vossa palavras só demonstram que ainda se sabe distinguir o Bem do Mal. Em nome da nossa família e do meu Pai um obrigado pelas vossas publicações que demonstram não só o grande Homem que ele foi e é, como acima de tudo,o coração mole por detrás do militar que sempre colocou os outros à sua frente. Histórias há muitas, principalmente após 33 anos de convívio à mesma mesa: ele só comeria uma maçã à refeição se houvesse para todos os outros...
José B. Costa Martins
José B. C. Martins: obrigado por ter decidido intervir neste espaço e obrigado pelas suas palavras e pelo que elas nos contam sobre o seu Pai.
Para si e para a sua família aqui vai, em meu nome pessoal e em nome do colectivo do Cravo de Abril (aí incluídos os visitantes que se juntaram à nossa homenagem ao grande «Capitão de Abril» que foi - é - o coronel Costa Martins) um abraço de muita solidariedade.
Na história, ficará presente o nome de Costa Martins.
Ficará o registo do Homem que, com mais um bom punhado de valorosos militares, derrubou meio século de fascismo.
Ficará o registo do militar de Abri que, derrubado o regime fascista, soube e quis continuar a revolução, soube e quis perceber as necesidades do Povo e por elas lutou.
E a elas se entregou.
A prova, se dela necessitássemos, está aqui. Mais de três décadas decorridas, há escribas que continuam a tentar denegrir a sua imagem.
Ingloriamente !
Ainda que mal pergunte, alguém me sabe dizer quem é o Pedro d'Anunciação?
Hoje, talvez me saibam dizer que é um escriba do "Sol". Mas depois ... quem é o rapaz?
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Permitam-me uma nota especial para José B.Costa Martins:
Parabéns por ser filho de quem é.
O seu Pai está na memória de todos aqueles que acreditam e que se batem por uma sociedade mais justa, independentemente de opções politicas-partidárias.
O seu Pai foi um Homem de coragem, exemplo de determinação, um dos grandes responsáveis pelas conquistas de Abril.
Na revolução e após revolução.
Pode e deve sentir-se orgulhoso.
Um abraço.
José Massarelos.
Sr. Fernando Samuel,
Podia fazer o favor de enviar o link da notícia? Obrigado.
Paulo Castro
O que esperavam?
O tipo foi "Conselheiro de Imprensa" (ou seja, "boy") na Embaixada em Madrid de 1989 a 2002 - ou seja, nos Governos de Cavaco.
É preciso dizer mais?
Vejam aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_d%27Anuncia%C3%A7%C3%A3o
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