O Cravo de Abril presta homenagem ao coronel Costa Martins, falecido na sequência da queda da avioneta em que se deslocava com um amigo, próximo de Montemor-o-Novo.
Aqui homenageamos o Capitão de Abril que, no dia 25 de Abril de 1974, tomou o aeroporto de Lisboa, num acto bem elucidativo da sua coragem e da sua determinação: a coluna militar que deveria juntar-se-lhe não apareceu e ele, sozinho, dirigiu-se ao oficial de serviço e disse-lhe: «Está tudo cercado por forças militares, é inútil resistir» - e o oficial rendeu-se.
Aqui homenageamos o cidadão que foi ministro do Trabalho dos governos provisórios presididos pelo Companheiro Vasco - um ministro do Trabalho profundamente identificado com os interesses e os direitos dos trabalhadores e que, nessa qualidade, deixou o seu nome ligado às mais relevantes e positivas medidas de carácter social alguma vez tomadas no nosso País, designadamente o salário mínimo nacional e o 13º mês.
Aqui homenageamos o homem vertical e digno ao qual as forças da contra-revolução - identificadas como tal, ou disfarçadas de democráticas - nunca perdoaram a sua entrega aos ideais de Abril e sobre ele lançaram as mais baixas provocações, falsidades e calúnias (como a acusação miserável que lhe fez António Arnaut, e que depois correu de boca da reacção em boca da reacção, de ter desviado 80 mil contos da campanha «um dia de trabalho» - acusações cuja falsidade ele demonstrou inequivocamente e das quais os tribunais inequivocamente o ilibaram.
Aqui deixamos o nosso imenso adeus a Costa Martins, Homem de Abril e ministro do Trabalho ao serviço dos trabalhadores.
(diz o Correio da Manhã que «Vasco Lourenço não vai ao funeral» e que «a Associação 25 de Abril não participará oficialmente no funeral do coronel Costa Martins»
Que Vasco Lourenço não vá ao funeral é coisa que não me espanta - pessoalmente acho, até, que ele não faz lá falta nenhuma.
Quanto à não participação da Associação 25 de Abril (a confirmar-se a notícia do Correio da Manhã), é coisa que me espanta - e que considero ser uma decisão lamentável e lastimável, que envergonha quem a tomou, pelo absurdo que é a Associação 25 de Abril não participar oficialmente no funeral de um dos mais valorosos e dignos capitães de Abril)
26 comentários:
Só soube da notícia hoje de tarde e fiquei em choque. E desfiei a memória pelo tempo em que o Capitão de Abril Costa Martins foi Ministro do Trabalho. E pelo tempo do "Domingo diferente". E por aí adiante.
O cravo vermelho que me deram no dia 6 vai direitinho para ele.
Já agora gostava de saber como foi tomada a decisão da A25A não participar no funeral. Democraticamente pelo punho do VL, com certeza.
Um beijo grande.
Também fiquei muito triste com a morte trágica dum homem tão corajoso e íntegro. Recordações de acontecimentos exaltantes em que este HOMEM foi protagonista, por essa razão estranho e lamento a atitude da Associação 25 de Abril.
Tempos difíceis estes.
Campaniça
Se tomarmos em atenção,o estado lastimável a que chegou o nosso pais, fácilmente chegamos á conclusão de quais os homens de ABRIL que devem ser respeitados como tal.
O Senhor coronel COSTA MARTINS agora falecido, merece o respeito e a admiração de muitos trabalhadores portugueses que ainda hoje auferem de regalias sociais instituídas a quando do seu mandato como MINISTRO DO TRABALHO.
Esta é a grande verdade que muitos como eu,jamais esquecerão.
Abraço
Incompreensível, no mínimo, uma posição destas por uma associação que devia saber honrar e reconhecer os homens de Abril.
Beijo,
O Vasco Lourenço já mete nojo!
MG
Também eu me associo ao desgosto pela morte do valoroso Capitão de Abril e do seu companeiro. Acho inqualificáveis o comportamento de Vasco Lourenço e a sua influência na atitude da Associação 25 de ABRIL.
COSTA MARTINS foi vítima de um acontecimento trágico mas miserável é a indiferença dos homens que com ele fizeram o glorioso 25 de ABRIL.
Até sempre Companheiro Costa Martins.
Um beijo, CRAVO de ABRIL.
Estas cenas lastimáveis, pela parte da Associação (até lhe fica mal o 25 de Abril...), já não espanta!!!
não fosse o 25 de Abril do POVO, e só dava vontade de não desfilar juntamente com esta "gentinha"! e fazer do 1º MAIO, realmente, o grande momento de luta e defesa do 25 de Abril!!!
p.s. quando há dois anos desfilei na av. liberdade e vi um cordão de segurança na cabeça da manif, pensei isto não é a minha gente!!! cordão de segurança, para quê???
hasta siempre!!!
Aquilo é a Associação 25 de Abril ou a Associação 25 de Novembro?!... Quanto ao Costa Martins fica aquilo que ele fez em favor dos trabalhadores.
o Vasco Lourenço sempre foi um homem de ódios até na morte.
morrem os grandes homens, ficam as grandes causas.
abraço
Curvo-me perante a memória do Coronel José Inácio da Costa Martins. Homem integro e corajoso, que defendeu até ao fim da sua vida os Ideais de Abril, a que se propôs, quando em 25 de Abril de 1974 colaborou no derrube do Fascismo.
O seu desempenho corajoso, reconhecido pelos outros Capitães de Abril, foi determinante para o sucesso da Revolução.
Como filha do povo, que sou, não posso deixar de apoiar a homenagem aqui prestada.
Através de um familiar meu, residente em Lisboa, envio o meu cravo de Abril para aquele Amigo do Povo que agora parte, e que nos deixa saudades.
Para quem não sabe, ou para quem tem a memória curta, eu lembro que foi graças àquele Homem, que foi Ministro do Trabalho de Vasco Gonçalves, que foram implementadas as primeiras regalias sociais, como o Ordenado Mínimo Nacional e o 13º. Mês, e que a vida do Povo melhorou grandemente, e as desigualdades sociais foram reduzidas. Muitas das quais já não temos, porque os inimigos do Povo as têm retirado.
Se a Associação 25 de Abril não estiver representada no funeral deste camarada, que sempre defendeu os valores de Abril, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, então deverá proceder à alteração da designação para "Associação 25 de Novembro".
A memória do Coronel Costa Martins viverá para sempre no coração do Povo, e na História de Portugal.
Maria Franco - Alentejo/Algarve
Triste, este fim de vida de um homem bom, aqui mesmo ao pé da porta...
Triste, a ser verdade, a "posição" da Associação 25A.
Duas tristezas... mas tão diferentes!
Abraço.
Mais um homem de Abril que nunca iremos esquercer.
Espero que não se confirmo a noticia do CM sobre a decisão da Associação 25A, poque se assim for, é lamentável.
A luta continua!
Um Abraço
Fez-se silêncio sentido quando ouvimos a triste notícia.
A tristeza não tem palavras.
Lembro-me de termos feito um dia de Trabalho, num domingo cheio de sol e alegria.
Ninguém esquece o seu grande desempenho enquanto Ministro do Trabalho.
A posição da Associação 25 é vergonhosa e antidemocrática.
Curvo-me perante a memória do Capitão de Abril!
Bjs,
GR
Associo-me a todos que prestam homenagem ao maior e melhor Ministro do Trabalho, que Portugal já teve. Muita tristeza pela atitude, a ser verdade da A. 25 de Abril. à Familia e aos Amigos um abraço na Certeza de que este homem será um dia reconhecido.
Maria do Monte
Como se cantava naquela música...
"Cravo vermelho ao peito
A todos fica bem.
Sobretudo faz jeito
A certos filhos da mãe"
mes respects. et vive la revolution.
maintenant il va nous faloir un 26 , pour tout remettre en place.
hasta siempre.
Coronel Costa Martins, um homem a recordar por boas razões... no meio de tantos que recordamos por pessimas razões.
Estamos todos.
Todos aqueles para quem o 25 foi o que É! Como o Costa Martins esteve e fica na nossa memória (e uma palavra para o Sousa Monteiro, bom amigo e companheiro, sempre lutador a procurar acertar o passo com as causas justa e com quem por
elas luta).
Grande abraço
dos que eles não querem lembrar... lembraremos nós.
abraço
Quero aqui deixar a minha homenagem a Costa Martins, o meu enorme respeito pelo Homem que se bateu por causas.
Foi corajoso, determinado, foi um dos que defenderam Abril para além das suas forças pessoais. A generosidade, própria daqueles que nada querem para si, levou-o a defender o Povo para além daquilo que lhe seria exigível enquanto ministro do trabalho.
A acusação de um tal Arnault, mui ilustre advogado de Coimbra, então presidente da federação do PS, de que havia desviado dinheiros do "dia de salário" para proveito próprio, ficou comprovadamente demonstrada como falsa. A primeira coisa que Costa Martins fez, quando soube da calúnia levantada, foi autorizar a CGTP ( na data, Intersindical Nacional ) a consultar as suas contas bancárias. O tal Arnault tinha afirmado que na CGD haviam sido depositados não sei quantos milhares de contos ...
Quem não deve não teme e presta contas a quem deve prestar. Costa Martins fez muito bem, prestou contas aos representantes dos trabalhadores, em primeiro lugar, requerendo de imediato um inquérito do ministério público.
Arnault, que continua a pavonear-se por Coimbra como ilustre advogado, deverá, se algo lhe restar na consciência, sentir uma enorme vergonha por este episódio politico que protagonizou.
Meus Amigos,
Vocês já viram como seria fácil esclarecer, clarificar, acabar com as suspeições, colocar um ponto final nas chamadas "campanhas negras", se os políticos que hoje estão no poder, ou vivem à sombra dele, tivessem uma atitude idêntica à do Capitão de Abri Costa Martins?
Quanto à atitude de Vasco Lourenço,
não me levem a mal mas não me apetece perder tempo com quem, em Agosto de 1975, afirmou que já bastava de revolução. Foi coerente, acarinhou a contra-revolução e foi um dos obreiros do 25 de Novembro.
Que continue a passear a sua barriguinha pelos corredores do "glamur" lisboeta, são os meus votos.
Que a Associação 25A tenha maior respeito por todos aqueles que lhe permitiram a própria existência é o minimo que se lhe pode pedir.
Nota:
Estou convicto que o primeiro salário mínimo (3.300$00) foi decretado no I Governo Provisório do qual fazia parte, como ministro do trabalho, Avelino Gonçalves.
Defendendo a verdade histórica e porque Avelino Gonçalves também merece a gratidão dos trabalhadores, deixo esta nota.
José Massarelos
Todos temos muitas razões para estarmos tristes com a morte deste nosso amigo.
Todos temos muitas razões para estarmos agradecidos a Costa Martins - que foi, até ao fim da sua vida, um verdadeiro Capitão de Abril.
(O José Massarelos tem razão: o salário mínimo nacional, de 3.300 escudos, foi fixado pelo I Governo Provisório (de que era ministro do Trabalho o camarada Avelino Gonçalves) em 17 de Maio de 1974, menos de um mês após o 25 de Abril)
O Coronel Costa Martins fica na memória como pessoa de palavra, de confiança. É uma das mais genuínas figuras do militar de Abril, corajoso, consequente, generoso para com o povo que ajudou a libertar e a que pertence.
Manuel Reis
Manuel Reis: de acordo.
Um abraço.
Permitam-me:
Quando referi que Costa Martins não era o Ministro do Trabalho quando foi decretado o 1º salário mínimo nacional, não houve, como se terá percebido, a vontade de desvalorizar o nome do Capitão de Abril.
Não resisti, contudo, em nome do rigor histórico, em referir o
facto.
E, em nome do mesmo rigor, deixem-me referir que, também nessa matéria, Costa Martins teve intervenção importante:
decretou o aumento do salário mínimo, em Junho de 1975, enquanto Ministro do IV Governo Provisório. de 3 300$ para 4 000$.
Mais um cravo, bem vermelho, bem de Abril, para Costa Martins.
José Massarelos.
A fim de melhor esclarecer a posição da Associação 25 de Abril e do seu presidente da Direcção, Vasco Lourenço, sobre a morte e o funeral do coronel José Inácio da Costa Martins, a propósito das notícias difundidas sobre o assunto,junto se transcreve informação que foi prestada aos seus associados, através de e-mail, no dia 9 de Março:
Cara(o) associada(o)
Informa-se que o velório do Capitão de Abril, coronel José Inácio Costa Martins, terá lugar a partir das 16h00 de hoje (dia 9), na Igreja de Cristo Rei (Portela de Sacavém), realizando-se o funeral amanhã (dia 10), a hora que ainda desconhecemos, para o Cemitério dos Olivais.
Apesar do coronel Costa Martins não ser sócio da A25A, enquanto "representantes" da maioria dos Militares de Abril, queremos manifestar o nosso pesar pelo trágico acidente que o vitimou, acompanhado por um sócio da A25A - o comandante José Alberto de Sousa Monteiro - cujo falecimento igualmente lamentamos.
Com a morte de Costa Martins desaprece mais um dos Militares de Abril, cuja importância na acção militar do 25 de Abril de 1974 nunca é demais realçar, pela coragem e determinação então demonstradas.
Aproveito para informar que não prestei quaisquer declarações, a qualquer meio de comunicação sobre a morte de Costa Martins, ou sobre a ausência da A25A no seu funeral.
Não é normal a A25A fazer-se representar, enquanto tal, em funerais, seja de associados seus, seja de outros cidadãos.
Estou certo que no funeral de Costa Martins estarão presentes inúmeros militares de Abril e outros associados da A25A, nomeadamente membros dos seus corpos dirigentes.
Cordiais saudações
Vasco Lourenço
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