APOCALIPSE
É o cavalo do tempo a galopar...
Ninguém pode detê-lo.
Vê-lo,
é ver, a sonhar,
um relâmpago a rasgar
o céu dum pesadelo.
Deixa a desolação por onde passa.
Torna os sonhos maninhos.
Desmente os adivinhos
que, na divina graça
de feiticeiras alucinações,
prometem duração às ilusões.
Besta infernal,
com asas de morcego
e raiva desbocada,
largou do prado onde pastava ausente,
e corre, corre, em direcção ao nada,
única direcção que a fúria lhe consente.
Miguel Torga
3 comentários:
Espantoso!
Abraço.
Sem palavras, de tão fantástico.
Um beijo grande
Eficiente desmistificação do (misterioso).
Abraço
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