POEMA

FLOR DA LIBERDADE


Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
Também nós... Também nós... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
a sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
a Deus, à tirania, à eternidade.

Sepultos insepultos,
vivos amortalhados,
passados e presentes cidadãos:
temos nas nossas mãos
o terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
no jardim da perpétua primavera.


Miguel Torga

4 comentários:

samuel disse...

Sim! Quantas vezes a liberdade floresce naquilo a que se diz não?

Abraço.

Maria disse...

Flor que temos a obrigação de regar todos os dias...

Um beijo grande

manesflama disse...

este e um dos mais atuais poemas de torga no seu conteudo de consciencia e de apelo a realidade da virtualidade da realidade que nos custa a aceitar
parabems e um prazer enorme vir ca a este cantinho e que cantinho
bem haja .
manesflama.

Fernando Samuel disse...

samuel: liberdade é coisa para construir...
Um abraço.

Maria: ... e com todo o carinho...
Um beijo grande.

manesflama: obrigado pela visita e pelo comentário.
Um abraço.