QUANDO O TAMBOR COMEÇAR A SUA GUERRA
Quando o tambor começar a sua guerra
deveis vós continuar a vossa guerra.
Verá à sua frente inimigos, mas
quando olhar em volta, há-de
ver inimigos também atrás de si:
quando ele começar a sua guerra
há-de ver à sua volta só inimigos.
O que ali marcha
empurrado pelos seus das SS
há-de marchar contra ele.
As botas serão más, mas mesmo
que sejam do melhor coiro, hão-de
marchar nelas os seus inimigos.
As vossas rações serão escassas, mas mesmo que sejam fartas
não vos hão-de saber bem.
Os seus das SS não hã-de poder dormir.
Terão de ver bem se cada bala
está ou não carregada. E ele terá de
examinar se cada examinador examina.
Tudo o que a ele se destina, deve ser destruído, e tudo
o que dele vem deve ser usado contra ele.
Valente será quem contra ele lutar.
Inteligente, quem frustrar os seus planos.
Só quem o vencer salvará a Alemanha.
Brecht
(com este poema termina a série que o Cravo de Abril dedicou a Brecht.
Será de Miguel Torga o ciclo de poemas que amanhã aqui terá início)
5 comentários:
Bem escolhido.
Haja força para lutar, mais do que contra este ou contra aquele... PELA paz!
E com essa do Torga me calaste o "protesto" pelo fim do ciclo Brecht... :-)))
Abraço.
Miguel Torga??!!!
:))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
beijo,
De repente ao ler este poema lembrei-me de 'Mãe coragem e seus filhos' e há imagens que não me saem da cabeça. Porque será?...
Comecemos então 2010 com Torga, sempre excelente!
Um beijo grande cheio de ternura, Camarada!
Manuel Norberto Baptista Forte: Um abraço.
samuel: essa luta engloba todas as lutas.
Um abraço.
smvasconcelos: esse mesmo!...
Um beijo.
Maria: «Sempre excelente», de facto.
Um beijo grande.
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