POEMA

VIAGEM


Aparelhei o barco da ilusão
e reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
o mar...
(Só nos é concedida
esta vida
que temos;
e é nela que é preciso
procurar
o velho paraíso
que perdemos).

Prestes, larguei a vela
e disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
a revolta imensidão
transforma dia a dia a embarcação
numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
o que importa é partir, não é chegar.


Miguel Torga

9 comentários:

samuel disse...

Quando a decisão dar um passo é quase tudo o que seguramente se sabe sobre o futuro...

Abraço.

svasconcelos disse...

Adoro este poema.:)
"Importa é partir, não é chegar..", que também se podia reescrever "Importa é lutar, e não se acomodar...".
beijo,

Maria disse...

Não podia estar mais de acordo. Adoro este poema de Torga...

Um beijo grande

poesianopopular disse...

Ainda hoje acontece, de outras maneiras, e por diferentes razões!
Abraço

O Puma disse...

Não há morte

nem princípio

Ana Camarra disse...

A Viagem é sempre o mais importante!

(acho que estou a voltar a mim)

Beijo grande

Justine disse...

Um dos meus poemas preferidos de Torga!
Obrigada, amigo:))

oasis dossonhos disse...

A notícia que hoje partilho foi enviada pela Direcção da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura; Recreio e Desporto, que começa por se afirmar "surpreendida pela iniciativa de dois dos seus dirigentes - José Carneiro - Presidente do Conselho Fiscal e Fernando Vaz - Membro do Conselho Nacional que, às 18,00 do dia 5 de Janeiro de 2010, iniciaram uma GREVE DE FOME frente à Assembleia da República, ao cimo da Avenida D. Carlos I".

Mais adiante, revela-se que "Estes dois colegas, dirigentes de longa data, exigem do Governo a definição e aplicação da Lei 34/2003 de 22 de Agosto; a resposta à proposta de apoio ao Movimento Associativo 2009/2012; a participação da Confederação no CES - Conselho Económico e Social, no CND - Conselho Nacional do Desporto, no CNPV - Conselho Nacional de Promoção do Voluntariado e exigem da Assembleia da República o agendamento e a discussão das propostas de lei apresentadas pela Confederação às quais, alguns partidos ainda não se dignaram, tão pouco, acusar recepção".

Diz-se ainda naquela informação que tal situação não poderá manter-se por tempo indefinido, carecendo de resposta e medidas imediatas por parte das entidades competentes, "pelo que a Confederação apela que no mais curto espaço de tempo seja recebida e sejam dadas as garantias que o Movimento Associativo Popular, composto por mais de 17.000 Colectividades, 260.000 Dirigentes Voluntários e Benévolos e cerca de três milhões de associados, sejam ouvidas e tidas em conta as suas opiniões e reivindicações".

A finalizar "A Confederação solidariza-se com os seus colegas Dirigentes, responsabiliza as entidades que não correspondam a este apelo desesperado, mas justo e consciente dos nossos colegas e apela a todos os associativistas, a todos os voluntários e estruturas locais, regionais e nacionais que se solidarizem com os nossos colegas, apoiando-os no local e enviando apelos aos Órgãos de Poder político, nomeadamente ao Governo, à Assembleia da República e ao Presidente da República."

Esta notícia foi enviada ontem. A sede da CPCCRD situa-se na Rua da Palma, 248, em Lisboa e podem saber mais em:

www.confederacaodascolectividades.com

www.museudascolectividades.com

Fernando Samuel disse...

samuel: e só assim se chegará lá...
Um abraço.

smvasconcelos: importa é... olhar para a frente...
Um beijo.

Maria: e eu também.
Um beijo grande.

poesianopopular: está sempre certo...
Um abraço.

O Puma: há partir...
Um abraço.

Ana Camarra: ainda bem!
Um beijo grande.

Justine: é também um dos meus preferidos.
Um beijo.

oasisdosonhos: estou solidário.
Um abraço.