POEMA

PERENIDADE


Nada no mundo se repete.
Nenhuma hora é igual à que passou.
Cada fruto que vem cria e promete
uma doçura que ninguém provou.

Mas a vida deseja
em cada recomeço o mesmo fim.
E a borboleta, mal desperta, adeja
pelas ruas floridas do jardim.

Homem novo que vens, olha a beleza!
Olha a graça que o teu instinto pede.
Tira da natureza
o luxo eterno que ela te concede.


Miguel Torga

3 comentários:

samuel disse...

Não há novidade que (para o bem ou para o mal) não se alimente da cultura e da História...

Abraço.

Maria disse...

Esse homem novo ainda vem distante!

Um beijo grande

poesianopopular disse...

Estamos à distância de um clik!
Abraço