ELÉCTRICO
XXIX
(A Eterna Criança que me persegue a pedir esmola.
Grito de cólera.
Ouve, Não-sei-quem:
recuso-me a viver
num mundo assim de lua podre
disfarçado de flores
com repetições de esqueletos
e a Eterna Voz Faminta
aqui na minha frente
- pálida de existir!
Ouve, Não-sei-quem:
e se, depois de tudo isto,
ainda há céu e inferno
ou outra sombra intermédia,
recuso-me terminantemente a morrer
e a entrar nessa comédia!
José Gomes Ferreira
7 comentários:
Nem mais, ao que me referia no comentário relativo à Festa.
Um texto tipo electrocardiograma!
Este "Electrico" tem tudo dentro...
que grito de luta!
Um beijo grande.
Também já fiz o mesmo reparo ao não-sei-quem: que mundo é este onde se permite que as crianças passem fome, peçam esmola? E que se "disfarça de flores".
beijo.
É verdade que mundo é este? Porque não se viram as pessoas para quem realmente quer criar um outro mundo?jos.
Bei
Por de traz desta nobreza de sentimentos está um comunista!
Não comento mais vezes a poesia do zé Gomes Ferreira, por ela me deixa sem palavras.
Abraço
O poeta já não embarca em comédias... por muito divinas que sejam...
Abraço.
Mário: claro!.
Um abraço.
smvasconcelos: é o mundo que temos que mudar...
Um beijo.
Graciete Rietsch: tudo as empurra para o outro lado...
Um beijo.
Maria: é um eléctrico à cunha...
Um beijo grande.
poesianopopular: é o Poeta Militante.
Um abraço.
samuel: quanto mais divinas mais farsantes...
Um abraço.
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