EIS A DIFERENÇA

Carolus Wimmer, dirigente do Partido Comunista da Venezuela (PCV) esteve em Portugal, a convite do PCP.
Em entrevista ao Avante! abordou questões várias relacionadas com a situação na Venezuela.

Sobre a crise do capitalismo, começou por referir que ela afecta, naturalmente, a América Latina, mas que o seu impacto na Venezuela não assume as proporções verificadas nos outros países - e isso deve-se «ao processo bolivariano, que começou há 11 anos e procura tornar-nos mais soberanos face às grandes potências capitalistas».

E explicou: «antes do processo revolucionário, vivíamos em dependência económica, científica e comercial quase completa face aos EUA. Em pouco tempo redireccionámos a nossa política externa para a integração latino-americana, isto é, orientámo-nos para a diversificação das relações com o objectivo de consolidar uma política económica e comercial multipolar» - e foi isso que «atenuou o impacto da crise, o qual seria seguramente bem maior caso mantivéssemos a dependência face aos EUA».

Quanto às medidas de austeridade tomadas por efeito da crise, disse: «evidentemente que também tivemos que aplicar as chamadas medidas de austeridade, mas estas recaíram, na sua esmagadora maioria, sobre o aparelho burocrático. Todos os ministérios tiveram que cortar nos gastos desnecessários, nas despesas de representação, nos luxos e nas festas».
E explicou: «no essencial, o PCV apoia estas medidas uma vez que o o garrote na despesa dos Estado fica por aqui».

Ainda sobre as medidas de austeridade, que o PCV apoia, esclareceu: «desde logo ficou claro que não se mexia em nada que dissesse respeito à despesa com a política social. Por isso, ao contrário do que aconteceu na maioria dos países capitalistas avançados, este ano na Venezuela os salários aumentaram, bem como as pensões e reformas. E aumentámos o investimento na educação, na saúde, na cultura e no desporto».

E sublinhou: «tudo isto foi decidido num ano em que a crise também nos afecta, demonstrando que na Venezuela se implementa de facto uma política progressista cujo objectivo é melhorar as condições de vida e de trabalho dos venezuelanos».


Eis a diferença entre um Governo que tem como prioridade primeira a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País e esta coisa que, desde há 34 anos, com diferentes máscaras (PS/Sócrates; PSD/Barroso; PS/Guterres, PSD/Cavaco... PS/Soares), tem como prioridade primeira a defesa dos interesses do grande capital.

9 comentários:

Maria disse...

É esta política que faz a diferença. Como fica bem demonstrado, é possível que a crise que afecta todos os povos seja suportada por quem mais tem. Haja vontade política!

Um beijo grande.

svasconcelos disse...

Eis a diferença!! Reduzir no despesismo inútil e supérfluo, e não sacrificar as políticas sociais!
beijo

samuel disse...

Uma diferença do tamanho do mundo.

Abraço.

Nelson Ricardo disse...

Li essa entrevista com o Carolus Wimmer e pude ver que a Venezuela é um foco de esperança para todo o mundo e para os povos. Se se avançar na questão do controlo operário dos meios de produção então a Revolução Bolivariana terá atingido o Socialismo e seguramente que avançará por toda a América Latina com firmeza.

Um Abraço.

João Henrique disse...

Essa coisa que há 34 anos nos vai conduzindo no sentido da miséria.

Um abraço.

GR disse...

Hoje, ao distribuirmos comunicados “Não ao Roubo dos Salários” pelas esplanadas da minha aldeia, uma senhora disse-me que ficaria com um mas, não vivia “cá”. Dissemos que era um panfleto nacional e não local, insistiu dizendo, onde estava vivia muito bem! Supondo que era emigrante refutamos, a crise é em toda a Europa. Expressa um largo sorriso dizendo; onde vivo a luta é diária, lutando já conseguimos justiça social, trabalho e alimentação para todos. Sou portuguesa, mas não troco o país onde vivo há mais de vinte anos, a Venezuela!
Falava correctamente português (sem o habitual sotaque), tinha um sorriso simpático e muito feliz.

Bjs,

GR

Graciete Rietsch disse...

A esperança que eu tenho na América Latina!!!!!!!! Oxalá os carrascos americanos não consigam destruir 0 que , com tanto sacrifício, se vai construindo. Mas eu espero convictamente que eles "não passarão".

Um grande abraço.

Antuã disse...

Isto é que vai uma crise!...

Fernando Samuel disse...

Maria: a diferença está em quem é que é beneficiado com a política que é feita...
Um beijo grande.

smvasconcelos: defender (ou não) os interesses dos trabalhadores e do povo...
Um beijo.

samuel: a diferença entre o passado e o futuro...
Um abraço.

Nelson Ricardo: mesmo tendo em conta o força da ofensiva do imperialismo, há muitas razões para olharmos com confiança para a América Latina.
Um abraço.

joão l.henrique: esta coisa tem que ser derrotada definitivamente.
Um abraço.

GR: aí está a diferença...
Um beijo.

Graciete Rietsch: «não passarão!»...
Um beijo.

Antuã: crise danada!...
Um abraço.