POEMA

COMÍCIO


Vivam, apenas.

Sejam bons como o sol.
Livres como o vento.
Naturais como as fontes.

Imitem as árvores dos caminhos
que dão flores e frutos
sem complicações.

Mas não queiram convencer os cardos
a transformar os espinhos
em rosas e canções.

E principalmente não pensem na Morte.
Não sofram por causa dos cadáveres
que só
são belos
quando se desenham na terra em flores.

Vivam, apenas.
A Morte é para os mortos.


José Gomes Ferreira

4 comentários:

samuel disse...

Sim. É um esforço desperdiçado, querer ganhar cardos e espinhos para a causa da beleza.

Abraço.

Maria disse...

Começaste tão bem o ciclo do Zé Gomes...
Um verdadeiro Hino à Vida!!!

Um beijo grande.

Graciete Rietsch disse...

Cantar a vida é também eliminar os espinhos dos cardos e não apenas tentar transformá-los em flores.
Foi assim que interpretei este poema. Terei razão?

Um beijo

Fernando Samuel disse...

samuel: gastar tempo com isso será roubar tempo ao que é preciso...
um abraço.

Maria: É fácil publicar bons poemas do Zé Gomes...

Um beijo grande.

Graciete Rietsch: a meu ver, sim, interpretaste muito bem.
um beijo.