POEMA

ELÉCTRICO


XLII


E se eu de súbito gritasse
nesta voz de lágrimas sem face!:

Eh! companheiros da plataforma
presos ao apagar do mesmo pavio!
Porque não nos amamos uns aos outros
e damos as mãos
- sim, as nossas mãos
onde apodrecem aranhas de bafio?

Eh! companheiros da plataforma!
Não empurrem, Irmãos.)


José Gomes Ferreira

7 comentários:

Maria disse...

Demo-nos então as mãos!

Um beijo grande.

svasconcelos disse...

Muito bonito, este poema! Dos meus preferidos...
beijo,

samuel disse...

Seria um eléctrico chamado revolução...

Abraço.

Nelson Ricardo disse...

Às vezes apetece gritar palavras solidárias, mas ficam encarceradas nos lábios com medo que nos «empurrem».

Um Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Sim porque não nos damos as mãos?
Como seríamos todos mais felizes!! Só que isso iria inquietar uns quantos poderosos que tudo fariam para nos decepar as mãos como ao malogrado Victor Jara.
Mas nós não nos deixaremos intimidar.

Um beijo.

GR disse...

Um eléctrico onde a palavra SOLIDARIEDADE, faz sentido.
Lindo poema!

Bjs,

GR

Fernando Samuel disse...

Maria: já é tempo disso...
Um beijo grande.

smvasconcelos: um dos que tenho dito e repetido ao longo da minha vida...
Um beijo.

samuel: sem empurrões...
Um abraço.

Nelson Ricardo: esse é o problema...
Um abraço.

Graciete Rietsch: impedir que demos as mãos é a tarefa deles...
Um beijo.

GR: faz, ou deveria fazer sentido...
Um beijo.