POEMA

INVASÃO


XVI


(A um morto soviético.)


A ave da morte
cantou numa bala
e o homem tombou
no silêncio de trapos...

Eh! morto: não fiques aí
deitado de costas
à espera que o céu
te caia nos olhos!

Volta-te e olha para a terra
- a carne da tua sombra
de flores acesa.

Céu para quê?

O céu é para os que esperam.
E tu morreste por uma certeza.


José Gomes Ferreira

4 comentários:

samuel disse...

Quem vive, luta e morre por uma certeza não se ausenta para parte incerta...
Permanece com os seus.

Abraço.

Maria disse...

Outra bela forma de morrer: por uma certeza!

Um beijo grande.

GR disse...

Morrer por uma convicção, permanece vivo na memória dos que lutam!

Bjs,

GR

Graciete Rietsch disse...

Morreu por uma certeza e caminha ao lado dos que continuam a lutar.
Sigamo-lo.

Grande José Gomes Ferreira.

Um beijo, camarada.