INVASÃO
XV
(Estalinegrado. Juramentos colectivos:
«Desde este momento juramos não recuar um passo».)
I
E dos corações dos soldados
saíram raízes de pedra
para cumprir os juramentos dados
que os prenderam ao chão.
Só é difícil morrer
em imaginação.
II
Entretanto
no fundo da treva
da Noite dos Escombros
um Homem e uma Mulher
continuam de mãos dadas,
no rancor de prolongar a vida,
de pele em pele,
de sangue em sangue,
de saliva em saliva,
de estertor em estertor.
E que importa ver o mundo a arder
com ódio, com frio, com monstro!
Arde, mundo! Arde,
coração de amor.
José Gomes Ferreira
4 comentários:
Agora fiquei a pensar na visita que fiz ao vastíssimo e impressionante memorial dos mortos de Stalingado... e do nó que durante horas fe fez doer a garganta...
Abraço.
Só quem confia verdadeiramente no sistema político que vigora no seu país consegue a força e coragem de Stalinegrado, que foram determinantes para o fim da Guerra
Um beijo.
Belíssimo poema, belíssima a imagem do Homem e da Mulher que continuam de mãos dadas num perfeito acto de amor.
Um beijo grande.
samuel: é assi quando se jura não recuar um passo...
Um abraço.
Graciete Rietsch: se assim não fosse, os nazis teriam vencido...
Um beijo.
Maria: um juramento de amor...
Um beijo grande.
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