Os proventos dos ex-governantes são cada vez mais tema de notícias.
Já aqui escrevi várias vezes que a profissão de ex-governante é uma das mais rentáveis - especialmente quando se trata de profissionais que, enquanto governantes, foram criados para todo o serviço do grande capital, não hesitando, quando isso foi necessário, em dar ordem para matar centenas de milhares de inocentes.
São esses, então, os mais bem remunerados de todos os ex-governantes. E ganham que se fartam.
O caso de Blair tem sido muito citado: em três anos de ex-governante - e após 10 anos de governação - Blair acumulou uma fortuna que o Sunday Mirror estima em 55 milhões de euros - certamente na proporção directa dos crimes de guerra em que esteve envolvido...
Estes milhões têm várias origens (EUA, Iraque, Koweit, Coreia do Sul...) e decorrem de «negócios» só possíveis de concretizar porque Blair foi o principal aliado da política criminosa de Bush.
Parte grande desses milhões provém dos «discursos» (também lhes chamam «conferências») que Blair profere por esse mundo fora e por cada um dos quais recebe entre 60 e 20o mil euros - o salário do crime é elevado...
Outro criminoso de guerra que fez fortuna à custa das atrocidades que cometeu é o ex-presidente Clinton.
Este, desde que abraçou a profissão de ex-governante, já participou em 365 «conferências», por cada uma das quais recebeu, em média, 200 mil dólares.
Como não podia deixar de ser - modernidade oblige... - vários destes criminosos de guerra já «conferenciaram» em Portugal.
Entre eles Blair, Clinton, Colin Powell, Aznar...
Quem cá os trouxe foi a «empresa consultora de Comunicação, Cunha Vaz e Associados», cujo presidente informa que «uma boa conferência pode custar 400 mil dólares», sublinhando, no entanto, que as «conferências» dão lucro a quem as organiza.
Ou seja: o crime compensa quem o pratica e quem o propagandeia...
A «Cunha Vaz e Associados» está agora a envidar esforços para juntar em Portugal os quatro facínoras responsáveis pela invasão e ocupação do Iraque e pelo assassinato de centenas de milhares de iraquianos: Bush, Blair, Aznar e Barroso.
Se um criminoso dá lucro, quatro criminosos dão pelo menos quatro vezes mais lucro...
Tudo isto dando razão a M. Verdoux, personagem de Chaplin, quando dizia, incisivo: se um indivíduo mata uma pessoa, é um criminoso; se mata um milhão de pessoas, é um herói.
5 comentários:
A nossa indústria de calçado já viu melhores dias... mas mesmo assim não nos faltam "sapatos" para lhes atirar às ventas. Como este! Em cheio!
Abraço.
O dinheiro do crime é sempre dinheiro fácil. Como o dinheiro fácil tem sempre qualquer coisa menos lícita por trás. Isto é um nojo.
Quando é que os 4 vêm cá, mesmo?
Um beijo grande.
Vêm cá os 4?!... Já cá não há lixo a mais?!...
É preciso pôr cobro à barbárie neste Planeta, Portugal incluído.
Um beijo.
É vergonhoso!, dar credibilidade a estes assassinos. tens razão, a profissão de ex-governante é lucrativa, mas é também um trampolim sem dignidade alguma.
Um beijo.
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