POEMA

VENTO NO ROSTO


À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.

As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.

Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.

Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.


António Gedeão

6 comentários:

Maria disse...

E nós acreditamos! E confiamos! E... o resto também!

Um beijo grande

Ana Camarra disse...

Eu acredito, confio e tenho montes de esperanças!

beijo

samuel disse...

Gosto muito!
A mais recente música que compus foi para estas palavras. Tem dias, apenas...

duarte disse...

Belos luares...onde todos são unos.
gostei.diz aí ó samuel que vai ter de a cantar na festa.
abraço do vale(ainda com muitas arestas)

poesianopopular disse...

Há palavras e vontades que preduram no tempo, e marcam o ritmo da vida.
Abraço grande

Fernando Samuel disse...

Maria: porque nós somos assim...
Um beijo grande.

Ana Camarra: e eu também.
Um beijo.

samuel: há coincidências que até parecem... bruxedo...
Um abraço.

duarte: pronto: ele já sabe...
Um abraço.

Poesianopopular: que nos dão força...
Um abraço.