POEMA

ESTIO


Horizonte
todo de roda
caiado de sol.
Ao meio
do cerco gretado,
esguia cabeça de cobra
olha assobios de lume
sobre espigas amarelas...
(... Campaniços degredados
na vastidão das searas
sonham bilhas de água fria!...)


Manuel da Fonseca

4 comentários:

Ana Camarra disse...

Parece que ouço a voz dele a dizer isto e outros.
Tive muita sorte ao conviver com tal homem, entre outros, como um homem de voz meiga que me sentava ao colo e me chamabva bichinho de conta, um homem chamado Adriano que cantava fados de Coimbra, bebia demais e partiu cedo demais.

beijo

Maria disse...

Será que a Ana esteve hoje connosco?
Há cada coisa...

Um beijo grande

samuel disse...

Hoje, por aqui até as bilhas de água fria parecem estar ameaçadas de serem apropriadas pelas Águas de Portugal e depois de amanhã (o mais tardar) privatizadas.
Felizmente, têm que enfrentar a resistência... dos do costume. :-)))

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: memórias boas, apesar de tristes...
Um beijo.

Maria: Até parece, não é?...
Um beijo grande.

samuel: «os do costume» - quase sempre sozinhos mas que nuca desistem...
Um abraço.