(A Eterna Criança que me persegue a
pedir esmola. Grito de cólera.)
Ouve, Não-sei-quem:
recuso-me a viver
num mundo assim de lua podre
disfarçado de flores
com repetições de esqueletos
e a Eterna Voz Faminta
aqui na minha frente
- pálida de existir!
Ouve, Não.sei-quem:
e se, depois de tudo isto,
ainda há céu e inferno
ou outra sombra intermédia,
recuso-me terminantemente a morrer
e a entrar nessa comédia!
José Gomes Ferreira
4 comentários:
Ora aqui está uma coisa que eu bem poderia ter juntado às que disse para justificar, com 14 anos, o que o Zé Gomes tão bem explica nas últimas linhas.
Pena... que ainda não conhecia estas! Tive que inventar as minhas... :-)))
Abraço.
Dou-me conta, agora mesmo, de como é diferente pegar num livro de poemas do Zé Gomes e lê-lo de seguida (o que faço sempre que compro um livro de poesia) e lê-lo aqui, enquadrado num determinado contexto político (post abaixo) como costumas fazer.
Aqui ganha muito mais força... e sentido...
Um beijo grande
E a surdez persiste...
beijos
samuel: e pelos vistos inventaste bem...
Um abraço.
Maria: a poesia é uma arma, não é?...
m beijo grande.
Ana Camarra: até quando?...
Um beijo.
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