É DE HOMEM...

Entrevistado pelo Diário de Notícias a propósito da sua saída do Parlamento, Manuel Alegre disse: «Parto com pena». E logo acrescentou: «Não quer dizer que esta saída seja definitiva» - escusando-se a dizer o que é que isso queria dizer e, portanto, deixando no ar a ideia de voltar, um dia...
Estamos assim perante mais um daqueles tabus em que Alegre é mesttre - e neste caso um tabu do qual, por não ter data de esclarecimento no horizonte, se pode dizer que está para durar...

Aliás, Alegre é um autêntico gerador de tabus. Tabus de todos os feitios e géneros: a curto, médio ou longo prazo e para todas as situações. De tal modo que, por vezes, acontece o tabu estar com Alegre, mesmo quando Alegre parece não estar com o tabu: é o caso da notícia divulgada pelo Jornal de Notícias que nos diz: que «Alegre anunciou para hoje um discurso de despedida do Parlamento» e que esse «é o momento mais aguardado para hoje».
Ora, na acima referida entrevista ao DN, Alegre informa que não tenciona discursar na sua última (até ver...) sessão na Assembleia da República.
Lá para o fim do dia, o tabu será desvendado...

Como é sobejamente sabido, a saída de Alegre do Parlamento deve-se ao facto de ele ter recusado integrar as listas do PS para as próximas legislativas. As razões dessa recusa são, também, sobejamente conhecidas: ele só faria parte das listas se o PS desistisse do Código do Trabalho e se o Programa Eleitoral do PS não fosse elaborado por quem é: António Vitorino.
Portanto, Alegre excluiu-se das listas.

Mas, curiosamente, não se excluiu da campanha eleitoral na qual vai participar activamente - a colar cartazes, até, se for necessário.
E cá estamos perante mais um exemplo da fecunda criatividade interventiva do Poeta: apesar de o Programa Eleitoral ter sido feito por quem foi e apesar de o Código do Trabalho persistir, ele vai apelar ao voto... nesse Programa e nesse Código.
Ou seja: na sua qualidade de «homem de esquerda», Alegre vai apelar ao voto na política de direita.
É de homem... de esquerda.

10 comentários:

Antonio Lains Galamba disse...

exacto!

um abraço

irlando disse...

Já há muitos anos,um amigo meu,apelidava pessoas,em quem,não confiava.Olha pá.Não é carne nem é peixe.

a.ferreira disse...

-Coerente até ao "fim" das férias...depois a pedido de várias pessoas de família etc & tal o dito cujo lá -vai integrar a lista do PS,d... ás próximas... lá mais para diante até pode ser candidato etc & tal de esquerda volver à direita em frente marche que já enganamos mais uns tansos ... vai-se fazendo horas de regar e deixar ao luar.

samuel disse...

A coerência é, em Alegre, verdadeiramente encandeante...

Pedro disse...

Poeta foram Pessoa, Ary ou Gomes Ferreira... alegre escreve versos.

CRN disse...

Para não nos referirmos ao próximo candidato presidencial do PS.

Maria disse...

Vou ter saudades da "coerência" dele nos debates na AR...

Um beijo grande

Ana Camarra disse...

Bom, convém esclarecer que Tabu era uma especie de perfume pestilento, vinha num frasco de perfume, tinha a aparência de perfume....um cheiro pestilento. Mas á primeira vista enganava, parecia perfume, a sério!

beijos

Antuã disse...

O Alegre vai continuar a enganar.

Fernando Samuel disse...

Para todos e todas: apurados os factos, o Alegre estava errado e o Jornal de Notícias estava certo: o Alegre fez mesmo o tal discurso de despedida...