ITINERÁRIO
Os milhares de anos que passaram viram
a nossa escravidão.
NÓS carregámos as pedras das pirâmides,
o chicote estalou,
abriu rios de sangue no nosso dorso.
NÓS empunhámos nas galés dos césares
os abomináveis remos
e o chicote estalou de novo na nossa pele.
A terra que há milhares de anos arroteámos
não é nossa,
e só NÓS a fecundamos!
E quem abriu as artérias? quem rasgou os pés?
Quem sofreu as guerras? quem apodreceu ao abandono?
E quem cerrou os dentes, quem cerrou os dentes
e esperou?
Spartacus voltará: milhões de Spartacus!
Os anos que aí vêm hão-de ver
a nossa libertação.
Papiniano Carlos
5 comentários:
Fortíssimo!
E tão belo, e de tanta confiança!
Um beijo grande.
Hão-de ver, ouvir... e espero que os "senhores" a venham a sentir... em cheio.
Abraço.
Depois da grandiosa Manifestação, este poema fortalece-nos.
Bjs,
GR
Tambem é minha convicção que, assim será!
É uma questão de tempo.
Abraço
Outro grande poeta.
Tenho o meu nome escrito na parede da sala do Papiniano e Olívia ao lado de RUY LUÍS GOMES, VIRGÍNIA MOURA e muitos mais, o que muito me orgulha.
Um beijo.
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