O CICLO DO ÁLCOOL
3
Mãe-Negra contou:
«eu disse:
filhinho
beba isso coisa não...
Filhinho riu tanto tanto!...»
Nhá Rita calou-se.
Só os olhos e as rugas
estremeceram um sorriso longínquo.
- E depois Mãe-Negra?
«Oh!
filhinho
entrou no vinhateiro
vinhateiro entrou nele...»
Os olhos de nhá Rita
estão avermelhados de tristeza.
«Hum!
filhinho
ficou esquecendo sua mãe!...»
Francisco José Tenreiro
(«Ilha de Nome Santo»)
5 comentários:
Belo poema.
Um Abraço
Este Francisco José Tenreiro, que eu não conhecia, é uma agradável surpresa...
Um beijo grande.
Uma realidade triste,
Escrita com muita beleza.
Bjs,
GR
A "civilização" e os seus caminhos insondáveis...
Abraço.
Poeta que eu não conhecia mas que é tão belo e descreve tão bem a realidade do seu país!!!!!!!
E hoje, a este país civilizado da Europa, ele aplica-se totalmente.
Tanta miséria, tanto vício, tanto crime, tanta violência, cuja origem está na exploração desenfreada que domina a nossa sociedade!!!!!
Um beijo.
Enviar um comentário