POEMA

CICLO DO ÁLCOOL


2

A lua batendo nos palmares
tem carícias de sonho
nos olhos de Sam Màrinha.
Silêncio!
O mar batendo nas rochas
é o eco da ilha.
Silêncio!
Lá no longe
soluçam as cubatas
batidas dum luar sem sonho.
Silêncio!
No canto da rua
os brancos estão fazendo negócios
a golpes de champagne!


Francisco José Tenreiro

(«Ilha de Nome Santo»)

6 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Outro pequeno grande poema! A golpes de champagne lá se vai tornando mais negra a vida nas cubatas.

Beijos.

Maria disse...

Acho que esta poesia não deve ser lida um pouco hoje outro amanhã, com outras leituras pelo meio. Deve ser 'bebida' de seguida. Porque tem História.

Um beijo grande.

Nelson Ricardo disse...

O "maravilhoso" mundo dos negócios reúne-se nestes locais do mundo onde a natureza parece tomar a paisagem com a sua calma.

Fernando Samuel disse...

Graciete Rietsch:... e mais necessária a consciencialização...
Um beijo.

Maria: e vale a pena «bebê-la»...
Um beijo grande.

Nelson Ricardo: a calma onde fermentam as grandes lutas...
Um abraço.

samuel disse...

"A golpes de champanhe" é uma extraordinária maneira de retratar os negócio do colonialismo.

Abraço.

Fernando Samuel disse...

samuel: negócio bem «regado» e bem «batido»...
Um abraço.