POEMA

O CICLO DO ÁLCOOL


1

Quando seu Silva Costa
chegou na ilha
trouxe uma garrafa de aguardente
para o primeiro comércio.

A terra era tão vasta
havia tanto calor
que a água
parecia não ter potência
para acalmar a sede da sua garganta.

Seu Silva Costa
bebeu metade...

E a sua garganta ganhou palavra
para o primeiro comércio...


Francisco José Tenreiro

(«Ilha de Nome Santo»)

4 comentários:

Graciete Rietsch disse...

O alcool é outro ópio que empobrece as mentes dos que muitas vezes a ele recorrem na tentativa de aliviar o seu sofrimento. E quem o trafica sabe bem disso.
Outro poema grandioso pela simplicidade e pela mensagem.

Um beijo.

Justine disse...

Vergonha das vergonhas, não conhecia este poeta são-tomense! Tu és a minha enciclopédia poética:)) Obrigada
E Vivó 1º de Maio
(e parabéns pelo 3º aniversário e pela cara "lavada":))))

Nelson Ricardo disse...

A oportunidade de negócio surge quando se consegue inventar novas formas de fazer sofrer o outro.

Um Abraço.

Fernando Samuel disse...

Graciete Rietsch: vais gostar muito de FJT.
Um beijo.

Justine: 3 anos é muito tempo...
Obrigado.
Um beijo.

Nelson Ricardo: o negócio é isso mesmo.
Um abraço.