Diário da Manhã era o título do jornal diário que, no tempo de Salazar, cumpria o papel de órgão oficioso do fascismo.
Depois, a Cadeira cumpriu o seu dever patriótico e Salazar passou a chamar-se Caetano; e a PIDE passou a chamar-se DGS; e o Diário da Manhã passou a chamar-se Época - e o fascismo passou a chamar-se Primavera...
Apesar de nada de essencial ter mudado, alguns fascistões mais trogloditas ficaram profundamente irritados com a «mudança» e, quais viúvas para todo o serviço, carpiam a morte do Chefe, rezavam pela sua ressurreição e continuavam a tratar a PIDE e o Diário da Manhã pelos nomes próprios...
São, talvez, as saudades desses tempos que estão na origem do aparecimento recente, no Correio da Manhã, de uma rubrica que tem por título, precisamente, o título do antigo jornal fascista/salazarista: Diário da Manhã.
Os textos ali vertidos diariamente - reaccionários até dizer chega - são assinados por um tal António Ribeiro Ferreira, autor cuja postura política desvendada o parece colocar à direita de toda a direita (mesmo da mais direita de todas as direitas conhecidas).
E tudo isto me traz à memória os tais fascistões trogloditas que continuavam a tratar a PIDE e o Diário da Manhã pelos nomes próprios...
Isto porque a escolha da designação da referida rubrica não foi obra do acaso - bem pelo contrário...
E em verdade vos digo, meus amigos: isto anda tudo ligado...
10 comentários:
Pois anda... e não será por acaso.
Um beijo grande.
Olá se anda!
Deixós vir, eles estão a tirar os corninhos de fora!
Abraço
Nada é por acaso.
Cá em cima o CM é um jornal pouco lido. Nunca li esse pasquim, a não ser notícias soltas que saem na net. Já basta o nojo do JN!
Os antigos fascistas (nunca deixaram de ser) estão a mostrar-se.
Sem vergonha despem a camisola de "democratas", colocando na lapela cravos brancos (murchos) no 25 de Abril.
Quando chegarem, nós já estamos aqui.
A Luta é o Caminho!
Bjs,
GR
Com esse figurão, que me acidenta algumas das bicas matinais... não deve ser coincidência, de facto.
De qualquer maneira, o teu segundo parágrafo, com as mudanças de nomes, já me fez ganhar a noite! :-)))
Abraço.
Nunca é de mais relembrar os versos de Brecht:
"Isso que aí está esteve quase para governar o mundo
Mas os povos dominaram-no.
Não desejaria, no entanto, ouvir o vosso triunfante canto.
É que o ventre donde isso saiu ainda é fecundo."
E o grande problema é que, neste caso, se mostra através de um Jornal de grande tiragem nacional.
Os fascistas estão em toda a parte. Isto é um verdadeiro campo de minas. Alerta e muito cuidado!
Ainda dizem que houve perseguições no 25 de ABRIL. Eles ficaram cá todos.
Mas não deixaremos que destruam a nossa revolução.
Maria: não é, não...
Um beijo grande.
poesianopopular: eles andam por aí...
Um abraço.
GR: a luta é o caminho: eis a maior de todas as verdades.
Um beijo.
samuel: tens a bica estragada, está visto...
Um abraço.
Manuel Rodrigues: o Brecht até parece que está cá e a escrever sobre o que se está a passar...
Um abraço.
Antuã: muito cuidado e muita luta...
Um abraço.
Graciete Rietsch: ou, pelo menos, que não acabem de a destruir...
Um beijo.
Fernando Samuel:
não há nada como retirar o til ao nome do paquim e pronunciá-lo como fazíamos naqueles tristes tempos.
Abraço
Aristides: era isso que lhe chamávamos, de facto.
Um abraço.
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