POEMA

O ELEVADOR


De mãos dadas trabalhamos na noite
e alimentamos a coragem com pequenas coisas: um nome,
uma amizade, um amor indeclarado...

Cavamos uma fossa para o último susto, traçamos
límpidos esquemas de futuro, construímos a cadeira
que elimina a fadiga.

Oleamos as armas que abrirão as manhãs. O eleva-
dor sobe a pouco e pouco, roça as paredes do poço
que vivemos, não tardará que a luz da superfície
abra a saída de uma porta...


Egito Gonçalves

3 comentários:

samuel disse...

Belo retrato do que foi... e do que é e ainda será...

Abraço.

Justine disse...

Não tardará...
Que belo é este poema!

Graciete Rietsch disse...

Outro belo verso de um poema de Nicolas Guillén-"A Aurora é lenta,mas avança".

Um beijo.